Quase metade dos vereadores mantém gabinetes fechados no recesso

Vereadores guarulhenses em recesso das sessões parlamentares em julho deixam os gabinetes fechados para o atendimento à população. Levantamento do HOJE na quinta-feira mostrou que 15 dos 33 gabinetes de vereadores estavam fechados no período da tarde, cerca de 45%. Eles recebem R$ 40 mil por mês para pagamento de até 15 funcionários por gabinete.

Por volta das 15h desta quinta-feira, a reportagem vistoriou os gabinetes nos dois primeiros andares da Câmara Municipal (veja tabela abaixo). Cara vereador tem direito a um gabinete com custos pagos pelo Legislativo, além da verba de manutenção da assessoria. Somente o vereador Wagner Freitas (PR) não utiliza nenhum espaço no prédio, por opção, já que prefere o escritório que mantém na avenida Paulo Faccini.

Durante os meses de janeiro e julho não há sessões na Câmara Municipal. Ainda assim, o prédio fica aberto de segunda a sexta, das 8h às 17h30, para funcionamento dos setores administrativos e para os vereadores atenderem a população. Os parlamentares têm assessores para manter a comunicação com os munícipes, já que não podem ficar em tempo integral nos gabinetes. O que ocorre normalmente é que alguns parlamentares tiram férias no recesso e deixam os assessores descansar também.

Segundo o diretor executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, os gabinetes deveriam ficar abertos já que os vereadores continuam recebendo a verba para manutenção dos funcionários. "Se não trabalham, não precisam receber", diz.

Para o presidente da subseção Guarulhos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Fábio de Souza, o recebimento de salário por assessores – sem deixar os gabinetes abertos – é indevido. "Receber verba e deixar o gabinete fechado é incorreto", afirma.

Procurado para comentar a postura dos parlamentares, o presidente da Câmara Municipal, vereador Eduardo Soltur (PV), não atendeu às ligações do HOJE.