Opinião

Que novos ventos soprem sobre o Flamengo em 2011

O ano de 2010 tinha tudo para ser marcado como um dos piores da história da Associação Atlética Flamengo, o principal clube profissional de futebol de Guarulhos. Além da vexatória campanha na Série A2 do Campeonato Paulista, quando o time foi rebaixado para a terceira divisão, a diretoria – que há décadas era liderada pela família David – se esfacelou, a ponto do último presidente, Edson David, deixar o cargo antes do final de seu mandato, em um período que o departamento de futebol fechou para balanço. Neste segundo semestre, o time não disputou qualquer campeonato profissional com a equipe principal.


 


Mas, diferente de tudo que se previa, há ainda motivos para não riscar 2010 da história do clube. Neste finalzinho do ano, duas boas notícias para o Flamengo, ambas protagonizadas pelo empresário Nasser El Fakih, bastante ligado ao prefeito Sebastião Almeida (PT) e que – até bem pouco tempo atrás – era apontado apenas como um bem intencionado investidor do clube. Mesmo quando o time caía pelas tabelas, ele se manteve junto à diretoria como forma de ajudar no equacionamento dos problemas.


 


Antes de ser eleito presidente do clube pelos próximos três anos, em eleição com chapa única, realizada na quinta-feira à noite, Nasser foi o responsável pela costura de um acordo junto ao Sport Club Corinthians Paulista, que deve se reverter em favor dos dois clubes. Não é novidade para ninguém que o município de Guarulhos mantém estreitas ligações com o clube do Parque São Jorge. Diversos craques que se destacaram por lá saíram da cidade. Há no município, além de uma grande torcida, diversos conselheiros que atuam nas mais importantes decisões daquele clube.


 


A partir desta parceria, enquanto o Corinthians poderá utilizar as instalações municipais, cedidas ao Flamengo, para a formação de suas equipes de base, o clube guarulhense terá condições de montar um time competitivo, com o objetivo de subir de divisões até, quem sabe, finalmente poder enfrentar clubes da elite do futebol brasileiro.


 


Para muita gente, a administração pública não deveria gastar recursos com uma equipe de futebol profissional, algo que deve ficar à cargo da iniciativa privada. Em Guarulhos, a Prefeitura teve já um importante papel em dotar o estádio municipal Antonio Soares de Oliveira em condições de receber partidas para públicos maiores, elevando sua capacidade, seguindo as determinações da Federação Paulista de Futebol. E isso foi um grande passo.


 


A partir de agora, que o Flamengo comece a ter vida própria e seja reconhecido pela cidade e por seus empresários como o clube que pode sim representar Guarulhos com a força que a cidade tem. Se alguém tinha receio de colocar um centavo sequer no Flamenguinho por ele estar nas mãos de uma família, isso – pelo que consta, apesar dos David ainda participarem do quadro diretivo – não deve ocorrer mais. Que Nasser e o grupo que lidera coloquem o futebol de Guarulhos no lugar que ele merece, com todo respeito e determinação. O município agradecerá.

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