Estadão

Quebrei o teto do avião com as costas, diz passageiro vitimado por forte turbulência

O aposentado Conrado Tomasini, de 67 anos, foi um dos passageiros que se feriram durante a turbulência severa que atingiu um voo da companhia Air Europa que fazia o trajeto entre Madri (Espanha) e Montevidéu (Uruguai), na madrugada da segunda-feira da semana passada, dia 1º.

A aeronave, que precisou desviar e pousar de forma emergencial em Natal, no Rio Grande do Norte, sofreu tantos solavancos que o idoso foi lançado para dentro do bagageiro da cabine do avião. O momento em que ele foi retirado do compartimento foi registrado em vídeo por um dos passageiros.
"Acordei batendo em alguma coisa. Quebrei o teto, quebrei canos que passavam lá dentro, tudo com as costas", disse Tomasini em entrevista ao <i>Fantástico</i>, da TV Globo, veiculada neste domingo, 7. "Gritos, gemidos, gente deitada. Foi assustador", descreve o aposentado ao se lembrar do momento traumático.

Imagens gravadas por um dos passageiros mostram Tomasini com o corpo inteiro dentro do bagageiro, apenas com os pés para o lado de fora. Ao ser retirado, é possível vê-lo com a camisa rasgada. Apesar de ainda apresentar alguns hematomas nas mãos, Tomasini, que é uruguaio, já está em casa, em Montevidéu.

A esposa de Conrado, a auxiliar de serviços hospitalares Lourdes Caraballo, também se chocou contra o teto, e hoje ainda convive com um hematoma grande na região do pescoço. "Eu estava no chão, depois me recuperei um pouco. Olho para cima, vejo os pés (do Conrado) e falo: olha, aquele ali é meu marido ", disse ela, também ao <i>Fantástico</i>.

Tomasini e Lourdes foram duas das 40 pessoas que precisaram de atendimento médico depois que o avião fez o pouso de emergência no Brasil. Seis pessoas tiveram que ser internadas em hospitais do Rio Grande do Norte por apresentarem quadros mais graves – quatro foram parar na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

A reportagem do <i>Fantástico</i> ouviu também o relato de outras vítimas, que estiveram no voo da Air Europa. "Pensei que aquele era o último dia da minha vida. Estava despencando em uma velocidade impressionante, e vendo gente voando pelo avião", disse o bancário Rafael Perez.

"É como se uma bomba tivesse caído. A primeira coisa que vejo é que minha esposa não estava ao meu lado. Eu a encontrei no chão com outro passageiro também caído", contou o empresário Carlos Fleuerquin ao programa.

A enfermeira Irene Amoros Dorda, de 77 anos, chegou a fraturar oito costelas com as movimentações bruscas da aeronave. "Quando percebi, eu estava no chão, com coisas em cima: cobertores, gente, tudo. Meu marido me ajudou a levantar e me sentou. As pessoas reclamavam, choravam. Tudo isso foi terrível".

De acordo com a reportagem, quatro pessoas seguem internadas por conta dos ferimentos provocados pela turbulência, mas não correm riscos.

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