Um helicóptero caiu na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, na tarde desta sexta, 17, e deixou quatro mortos. Segundo o Corpo de Bombeiros, que atendeu a ocorrência, eram todos homens e tripulantes da aeronave. A identidade das vítimas não havia sido revelada até a noite de ontem. A queda aconteceu nas imediações das Ruas Padre Luís Alves Siqueira e James Holland, a poucas quadras do Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães. Os bombeiros foram acionados para atender a ocorrência às 14h35. Nove viaturas foram deslocadas para a região.
Segundo a corporação, um dos homens era o piloto da aeronave e os outros três, passageiros. As causas do acidente estão sendo apuradas, mas a hipótese inicial é de que o piloto tenha tentado fazer um pouso de emergência e não teve êxito. Ainda de acordo com o Corpo do Bombeiros, o helicóptero era do modelo Robinson R44 II, com capacidade para transporte de três passageiros, além do piloto. Ou seja, estava com lotação máxima no momento do acidente.
Fabricada em 2007, a aeronave tinha aval para fazer táxi aéreo e pertencia à JBN Locações e Gerenciamento de Aeronaves, segundo informações do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB). O helicóptero estava sendo operado pela Helimarte Táxi Aéreo.
Sérgio Gegers, representante da Helimarte, lamentou o acidente e disse que, por ora, não tinha informações sobre a causa da queda. "Vamos aguardar o relatório do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), das autoridades. Não temos nenhuma outra informação no momento, não temos a causa do acidente", disse.
<b>Trajeto</b>
O helicóptero saiu do Guarujá, no litoral paulista, com destino ao Aeroporto Campo de Marte, na zona norte da capital. As vítimas, afirmou Gegers, estariam voltando de um almoço na região praiana.
"O piloto entrou em contato com a torre de controle, mas depois ficou mudo, e aí depois foi constatado o acidente com a aeronave", disse o representante. A empresa, acrescentou, está dando suporte para a família das vítimas e colaborando com informações para as investigações das autoridades competentes.
"Provavelmente, as asas rodantes pegaram as copas das árvores, levando (a aeronave) a colidir com o solo", afirmou à CNN Brasil Robson Bertolotto, diretor da Defesa Civil de São Paulo que atua na região da Lapa, também na zona oeste da cidade. "Não houve nenhum tipo de comprometimento estrutural (do prédio)."
Só a perícia da Polícia Científica, segundo ele, atestará o que houve, e o que teria levado o piloto a tentar fazer um pouso de emergência já no fim do trajeto. Os corpos das vítimas foram preservados no local do acidente pela Polícia Militar até a chegada das equipes responsáveis pela perícia.
<b>Emergência</b>
De acordo com o coronel Carlos Alberto de Camargo Júnior, do Corpo de Bombeiros, o helicóptero caiu no estacionamento onde antes funcionava uma fábrica, na Rua James Holand. É possível que o piloto, afirmou a corporação, tenha procurado um local de menor risco para o pouso.
<b>Vigilante</b>
Segundo os relatos das autoridades, o chamado foi acionado por um vigilante da empresa onde o helicóptero caiu. Ele estava a 10 metros da queda, conforme a própria testemunha relatou aos bombeiros. As vítimas já foram identificadas pela corporação, mas não houve divulgação dos nomes e idades dos envolvidos no acidente.
Os bombeiros informaram que o Cenipa foi ao local para investigar as causas do acidente. As peças e fragmentos da aeronave foram fotografados pelo órgão, que pertence à Aeronáutica, e serão usados na investigação. Há relatos que pedaços do helicóptero teriam caído longe do acidente, mas os bombeiros informaram que houve identificação de peças apenas na quadra onde aconteceu a queda.
<b>Testemunhas</b>
Weber Boppre, de 63 anos, propagandista de laboratório farmacêutico, disse ter testemunhado o acidente. Ele estava no carro, parado no semáforo, na Avenida Rudge, quando ocorreu a queda. "Pelo jeito que ele caiu e pela altura que caiu, eu já imaginei que não haveria sobreviventes", disse.
Ele descreveu o momento do acidente. "Não rodopiou, caiu como um pedra", disse. "Não teve barulho, nem fumaça. O motor parou. O que me abismou foi que o rotor principal (conjunto de hélice que faz a sustentação da aeronave) envergou. Foi muito de repente."
Funcionário de um lava-rápido localizado na Rua Padre Luís Alves de Siqueira, que fica a uma quadra de onde o acidente aconteceu, Graciliano Filho, de 59 anos, disse que ouviu dois "estouros" antes de o helicóptero cair de forma definitiva.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>