Economia

Queda do investimento no Brasil é reflexo da baixa confiança, diz o FMI

O investimento privado vem se reduzindo nos países emergentes desde 2011, principalmente em países como Brasil, Rússia e África do Sul, mas a queda tem sido mais acentuada e a recuperação mais lenta nos países desenvolvidos, de acordo com um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado nesta terça-feira, 7. No Brasil, a piora na confiança por parte dos empresários e a baixa competitividade têm impedido a melhora do investimento.

A recomendação do FMI é a de que os governos avaliem as fraquezas da atividade econômica e resolvam falhas para estimular os empresários a voltarem a investir mais. Em alguns casos, a queda do investimento tem sido muito mais acentuada que a do Produto Interno Bruto (PIB), o que mostra a ação de outros fatores para explicar a piora dos gastos privados, argumenta o FMI.

O primeiro mundo teve queda de 25% do investimento privado desde a crise mundial. Nos emergentes, a redução tem sido mais gradual, de acordo com o FMI. No geral, a queda é explicada pela desaceleração da economia, com previsões de expansão do PIB da economia mundial e de países importantes sendo constantemente revisadas para baixo. Mas o FMI ressalta que outros fatores contribuem para a desaceleração, como a maior incerteza política e piora das expectativas de retornos.

Confiança

No Brasil, a queda é reflexo também da piora da confiança dos empresários e da baixa competitividade, destaca o relatório. O fim do boom dos preços internacionais das commodities é outro fator para explicar a redução, principalmente nas economias exportadoras da América Latina, ressalta o FMI. Nesse ambiente, a piora das expectativas de lucros futuros também ajuda os empresários a adiarem projetos ou mesmo cancelarem investimentos.

Nos países desenvolvidos, principalmente na zona do euro, a incerteza elevada e o aumento do custo de financiamento para as empresas, destaca o FMI, ajudaram a adiar projetos de investimentos das empresas. “O investimento fixo privado nas economias avançadas contraiu acentuadamente durante a crise financeira global e tem havido pouca recuperação desde então”, diz o documento.

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