Não dá mais para acreditar que seja um fenômeno sazonal ou apenas passageiro. As seguidas quedas nos índices de emprego na indústria paulista devem servir para que a luz amarela, já acesa há algum tempo, comece a piscar incessantemente. A Fiesp já aponta que “é muito provável” fechar o ano de 2012 com mais demissões do que contratações. Em Guarulhos, a situaçaõ se repete mês após mês, desde outubro. Segundo dados divulgados ontem, o nível de emprego industrial na diretoria regional de Guarulhos apresentou variação negativa de -0,27%, o que significou uma redução de aproximadamente 300 postos de trabalho. Desde janeiro, são 3.250 empregos a menos, enquanto nos últimos 12 meses a queda atinge o patamar de 6.700 postos de trabalho. O que esperar daqui para frente, diante de uma crise na Europa que não cessa e medidas internas como diminuição de juros, mas com inflação apontando para cima e com a carga tributárias sempre em alta? Especialistas entendem que ainda é possível acreditar numa virada de rumo. Mas para tanto é preciso esperar os efeitos das medidas de desoneração da folha de pagamentos, anunciadas pelo governo em abril, além de checar se a queda da taxa básica de juros chega de forma positiva ao consumidor, além da flutuação do câmbio. Como essas medidas devem demorar para gerar efeitos práticos – e positivos na economia -, já se considera que alguma melhora, com algum crescimento mais acelerado do País, só a partir de 2013. Mesmo com os dados negativos do emprego industrial de São Paulo e resultados negativos na produção da indústria em todo o País, a Fiesp ainda mantém suas previsões de crescimento econômico do Brasil entre 2,6% e 2,8%. Ou seja, 2012 não será de todo ruim. Entretanto, o que não dá para esconder é que o Brasil sofre os efeitos diretos da crise internacional. Há sim certa estagnação na economia, que já começa a causar reflexos – além do setor produtivo – também nas áreas de comércio e serviços. Ou seja, não adiantam apenas discursos bonitinhos de que o país está acima da ordem econômica mundial. O problema é bem mais embaixo e chega com tudo nesta nação da América do Sul.