Estadão

Queimadas na Amazônia: ministério propõe suspender registro de imóveis com focos de incêndio

O secretário de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, afirmou nesta sexta-feira, 13, que a pasta está articulando com o governo do Amazonas uma medida administrativa para combater as queimadas na região. A proposta, segundo ele, envolve a suspensão do registro do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de imóveis com focos de calor e incêndio sem autorização. Hoje, são mais de 2.700 focos de calor ativos no Estado do Amazonas, conforme dados coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

"Parte expressiva desses focos de calor, alguns se transformam em incêndio, está acontecendo em imóveis dentro do CAR, que foi justamente criado para fazer monitoramento dessa situação de uso e ocupação do solo", explicou o secretário durante entrevista coletiva com integrantes do governo em Brasília. "Estamos encaminhando solicitação ao Estado para que suspenda o registro do CAR dos imóveis com incêndio, com focos de calor e incêndio sem autorização, que são praticamente todos os focos de calor do Amazonas", completou, ao reforçar que a mesma ação foi tomada no Estado do Pará.

Durante a entrevista, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que não existe "fogo natural da Amazônia e que o principal vetor dos incêndios é o desmatamento". "O fogo ou é feito propositalmente por criminosos ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e depois o ateamento do fogo", disse a ministra, durante entrevista coletiva convocada nesta sexta para anunciar as ações do governo no combate às queimadas no Amazonas.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve editar uma medida provisória na próxima semana com determinação de envio de recursos federais para ajuda humanitária e reconstrução da região. O Amazonas, disse ele, tem 55 municípios em estado de emergência,

A capital, Manaus, está encoberta por uma densa nuvem de fumaça desde a quarta-feira, 11.

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