A Queiroz Galvão negou, em nota neste sábado, que tenha realizado pagamentos ou cometido qualquer tipo de atividade ilícita para obter contratos. O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, sustentou no pedido de abertura de inquérito contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) que ele recebeu R$ 500 mil do esquema de corrupção na Petrobras para financiar sua campanha de 2010. O montante teria sido “parte do bolo” que o PP receberia de contrato da Queiroz Galvão com a estatal, conforme depoimento do doleiro Alberto Youssef.
“A Queiroz Galvão nega veementemente qualquer pagamento ou atividade ilícita para obtenção de contratos ou vantagens. A empresa reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação vigente”, afirmou a companhia em nota.
A Queiroz Galvão fez repasse como doação oficial ao diretório do PMDB em Rondônia, reduto eleitoral do senador, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A remessa foi delatada pelo ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa. “(…) O valor, na realidade, se tratava de pagamento indevido decorrente de comissionamento de contrato firmado com a Petrobras”, registrou o procurador.
A Queiroz Galvão rechaça a acusação e informa que “todas as doações realizadas pela empresa estão de acordo com a lei eleitoral”.
Tido no PMDB como o homem de confiança do vice-presidente Michel Temer no Senado, Raupp é o primeiro vice-presidente nacional do partido. O senador ocupou a presidência da legenda quando Temer se afastou do comando da sigla, posto que retomou no ano passado.
Janot pediu a condenação de Raupp pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O inquérito foi autorizado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), e as doações da Queiroz Galvão serão investigadas pela Polícia Federal.