Estadão

Quem são a 3R e a Enauta, petroleiras emergentes que negociam fusão

As petroleiras brasileiras 3R Petroleum e Enauta encaminharam um acordo de fusão nesta semana. A proposta prevê a incorporação da totalidade das ações da Enauta, com os acionistas da Enauta recebendo ações da 3R em troca. Acionistas da 3R ficarão com 53% da nova empresa, enquanto os acionistas da Enauta ficarão com 47%, segundo fato relevante encaminhado à CVM. O acordo inclui a participação da sueca Maha Energy Offshore.

Caso o plano seja concretizado, a nova empresa teria potencial de capacidade de produção imediata de 100 mil barris por dia, chegando a 120 mil barris por dia em 2025, além de somar uma reserva de 770 milhões de barris. Em março deste ano, a Enauta teve produção diária de 24,8 mil barris de óleo equivalente, enquanto a 3R produziu uma média diária de 50,4 mil barris.

São números muito pequenos quando comparados aos das grandes petroleiras globais. Como comparação, a produção da Petrobras superou os 3,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia em fevereiro, segundo as últimas informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP).

<b>3R</b>

A 3R é uma companhia brasileira de capital aberto produtora de petróleo e gás natural com sede no Rio de Janeiro. Fundada em 2014, a empresa possui ativos onshore (em terra) e off-shore (no mar) no Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Segundo a 3R, o foco da empresa está no redesenvolvimento de campos maduros e em produção. No ano passado, a companhia registrou lucro líquido de R$ 425,2 milhões, um crescimento de 233%. Segundo a empresa, a produção foi recorde em 2023.

A 3R opera os Polos Macau, Areia Branca, Potiguar, Fazenda Belém, Rio Ventura e Recôncavo. Já os ativos near shore e offshore são os Polos Pescada Arabaiana (participação de 35%, operado por Petrobras), Peroá e Papa-Terra.

<b>Enauta</b>

A Enauta, que atua no País há mais de 20 anos, também é uma companhia brasileira independente de exploração e produção de petróleo e gás natural. No ano de 2023, a Enauta produziu mais de 4,5 milhões de barris de óleo equivalente. A empresa anunciou ainda que triplicou a sua produção diária no quarto trimestre em comparação com mesmo período no ano passado. No entanto, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 45,5 milhões no ano passado, ante lucro líquido de R$ 383,4 milhões em 2022.

A Enauta está em processo de aquisição das áreas de Uruguá-Tambaú (Bacia de Santos) e Parque das Conchas, (Bacia de Campos). A empresa produz no Campo de Atlanta (Bacia de Santos) e no Campo de Manati, na Bahia (participação de 45%, operado por Petrobras).

Suspensão de negociação com a Petrorecôncavo
Após receber a proposta de combinação de negócios da Enauta, o conselho de administração da 3R Petroleum deliberou, no início deste mês, que os esforços internos para possível combinação de negócios entre a companhia e uma outra petroleira, a Petrorecôncavo, fossem momentaneamente suspensos.

O direito de exclusividade acertado no acordo entre Enauta e 3R para análise da potencial da operação tem prazo de 30 dias, prorrogável de forma automática por período adicional de 30 dias. As partes terão o direito de realizar diligência confirmatória com prazo estimado de conclusão de até 21 dias. (Colaboraram Beth Moreira, Gabriel Vasconcelos e Denise Luna)

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