Parlamentares da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já ocupam 11 das 32 vagas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. Fazem parte desta lista aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como ex-ministra e senadora Damares Alves (PL-DF) e o diretor-geral da Abin, deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).
A comissão foi criada mês passado com o objetivo de investigar os ataques e invasões aos prédios dos três Poderes. A previsão é que ela seja instalada na próxima quinta-feira, dia 25.
Os apoiadores de Lula, anteriormente contrários ao requerimento, buscam responsáveis pela omissão que levou aos atos de vandalismo no Planalto, no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF) e também culpam deputados alinhados a Bolsonaro.
O governo, no entanto, se viu obrigado a mudar de posição após a divulgação de imagens do agora ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias dentro do Palácio do Planalto durante os ataques.
Dos 32 integrantes da CPI (16 deputados e 16 senadores), governistas calculam que conseguem indicar 20 nomes.
<b>Confira lista do parlamentares que fazem oposição a Lula na CPMI:
Senadores:</b>
– Marcos do Val (Podemos-ES)
– Esperidião Amin (PP-SC)
– Damares Alves (Republicanos-DF)
– Eduardo Girão (Novo-CE)
– Magno Malta (PL-ES)
<b>Deputados:</b>
– Carlos Sampaio (PSDB-SP)
– Aluisio Mendes (Replubicanos-MA)
– Rodrigo Gambale (Podemos-SP)
– André Fernandes (PL-CE)
– Delegado Ramagem (PL/RJ)
– Filipe Barros (PL-PR)
<b>Vagas em aberto</b>
A composição da CMPI ainda não está completa. Nesta quinta-feira, 25, os membros votarão para eleger o presidente da comissão, que então indicará o relator. A decisão é preestabelecida em acordo – o deputado Arthur Maia (União-BA) e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) eram cotados para assumir, respectivamente, a Presidência e a relatoria da CPMI. No entanto, como mostrou a <i>Coluna do Estadão</i>, o nome de Braga já não é certo para ocupar o posto.
Além delas, há outras duas vagas sem preenchimento no Bloco Parlamentar Democracia, composto por União Brasil, MDB, Podemos, PDT, PSDB, no Senado Federal. Na Câmara dos Deputados, a única vaga em aberto é a do Bloco União Brasil, PP, Federação PSDB-Cidadania, PDT, PSB, AVANTE, Solidariedade e Patriota.