A rainha Elizabeth II, da Inglaterra, apresentou a agenda legislativa do recentemente eleito governo do Partido Conservador em um discurso nesta quarta-feira. O pronunciamento confirmou planos para um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia e para conceder poderes adicionais para o governo combater o terrorismo.
No discurso que reabriu oficialmente o Parlamento britânico após as eleições gerais deste mês, a rainha leu uma lista de projetos de lei que o governo do primeiro-ministro reeleito, David Cameron, tentará aprovar durante os próximos meses.
“Meu governo vai legislar nos interesses de cada um em nosso país”, declarou a rainha, de 89 anos. “Vou adotar uma abordagem de nação única, ajudando os trabalhadores a seguirem adiante, apoiando ambições, dando novas oportunidades para os mais desprotegidos e unindo diferentes partes do nosso país”, acrescentou.
A previsão é de que o projeto do referendo seja apresentado ao Parlamento amanhã. A Câmara dos Comuns – a Câmara Baixa – deverá votar sobre a agenda legislativa do governo na próxima semana.
Cameron, que tem afirmado que gostaria que o Reino Unido permanecesse em uma União Europeia reformada, vem sendo pressionado para dar mais detalhes sobre quando o referendo será realizado e quais mudanças ele quer na UE. O premiê diz que espera o referendo até o fim de 2017, mas a data pode ser antecipada se as mudanças na UE forem feitas antes.
Entre quinta e sexta-feira Cameron visitará quatro cidades europeias para discutir as reformas na UE com líderes que incluem o presidente da França, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
Outros projetos de lei importantes estão na agenda do Parlamento, como uma proposta para devolver mais poder de Westminster – onde fica o Parlamento – para Escócia, Inglaterra e Wales. Pela primeira vez, mais de metade do dinheiro gasto pelo governo escocês será levantado pelo Parlamento da Escócia.
Também está previsto na agenda um compromisso para reforçar as medidas de austeridade para eliminar o ainda grande déficit orçamentário do país. Em seu primeiro mandato, o governo Conservador cortou pela metade o déficit, que correspondia a 10,2% da economia no ano fiscal de 2010. Fonte: Dow Jones Newswires.