Um dos clubes da Espanha com maior ligação com o futebol brasileiro, onde se destacaram jogadores como Bebeto, Mauro Silva, Rivaldo e Djalminha, o La Coruña foi rebaixado para a terceira divisão do Campeonato Espanhol nesta segunda-feira após uma rodada final da Segunda Divisão marcada por polêmicas. Tanto que os dirigentes do time da região da Galícia já avisaram que vão entrar no tapetão para reverter a situação.
Rival do La Coruña na 42.ª e última rodada, o Fuenlabrada teve sete jogadores e cinco membros da comissão técnica diagnosticados com a covid-19, o que levou a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF, na sigla em espanhol) e a Liga Espanhola a adiar a partida no estádio Riazor, em La Coruña. No entanto, os outros 10 jogos da rodada foram realizados, o que causou a indignação dos dirigentes do clube da Galícia, que queriam que todos os duelos fossem adiados.
"A surpresa é que o resto (da rodada) foi disputado e o nosso (jogo) não. É um erro gravíssimo por parte da Federação e da Liga", afirmou Fernando Vidal, presidente do La Coruña, logo após o rebaixamento. "Iremos às mais altas instâncias. O que aconteceu é muito grave porque não se guardou o princípio de igualdade para todas as equipes".
O La Coruña chegou à rodada final em 19.º lugar com 48 pontos, abrindo a zona de rebaixamento e dependendo de outros resultados além do seu para escapar. Precisava vencer o Fuenlabrada e torcer contra dois adversários, Lugo e Albacete, ambos com 49. Mas os dois rivais venceram, o que faz com que mesmo que vença o seu jogo não conseguirá mais se salvar.
Nessa briga pelo tapetão, o La Coruña pode ter ajuda. O adiamento do duelo causou revolta no Rayo Vallecano, que briga com o Fuenlabrada por uma das vagas no playoff de acesso à primeira divisão. Na parte de cima da tabela de classificação, a equipe de Madri emitiu um comunicado oficial expressando a sua contrariedade pela rodada não ter sido totalmente adiada, alegando que uma partida isolada, após o término da rodada final, prejudica a integridade da competição.
O Rayo Vallecano alegou na nota ter sido coagido a enfrentar o Racing Santander e exigia o mesmo tratamento ao Fuenlabrada, apesar dos casos de covid-19. "O Rayo Vallecano foi obrigado a jogar, sob ameaça de perda de pontos, enquanto que ao Fuenlabrada não, quando eles poderiam jogar a partida com os jogadores restantes", afirmou.
Apesar da polêmica, os resultados da rodada deixaram o Rayo Vallecano fora dos playoffs de acesso, independentemente do que vier a acontecer com o Fuenlabrada, este sim ainda com chance de disputar uma vaga na elite.