O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, está em um beco sem saída. Seu país será sede da cúpula dos Brics em agosto, quando ele será anfitrião dos líderes de Brasil, Rússia, China e Índia. O presidente russo, Vladimir Putin, havia confirmado presença, mas um pedido de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) deixou a diplomacia sul-africana em uma saia-justa.
Como signatária do TPI, a África do Sul seria obrigada a prender Putin e entregá-lo ao tribunal, em Haia. Nos últimos dois meses, o governo de Ramaphosa tentou encontrar uma saída. Nesta quarta, 26, chegou à conclusão que era melhor rasgar o Tratado de Roma, que criou a corte. "A decisão mais prudente é retirar a África do Sul do TPI, em grande parte em razão da forma como o tribunal lida com esse tipo de problema", disse o presidente.
A decisão repercutiu tão mal que, horas depois, o porta-voz de Ramaphosa, Vincent Magwenya, foi obrigado a dizer que o presidente "errou". "A presidência deseja esclarecer que a África do Sul continuará signatária do Tratado de Roma", disse.
<b>Acusações</b>
Putin não viajou ao exterior desde que o mandado do TPI foi emitido, em março. Segundo o tribunal, ele é responsável pela deportação ilegal de crianças de áreas ocupadas na Ucrânia. Sua presença na cúpula do Brics é cada vez mais improvável. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>