A baixa da moeda norte-americana influenciou o movimento na curva de juros, que também terminou nesta quarta-feira, 9, predominantemente em queda. A devolução de boa parte da retração do dólar durante a tarde também afetou os juros, sobretudo na parte intermediária, que chegou a subir. O dólar comercial terminou a sessão em baixa de 0,52%, a R$ 3,7980.
Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 apontava 14,380%, ante 14,415% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 indicava 14,90%, ante 14,86% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2019 projetava 14,88%, de 14,89%. No trecho mais longo da curva a termo, o para janeiro de 2021 ficou em 14,74%, de 14,80%.
A baixa do dólar, o apetite ao risco no exterior com as medidas da China e o fluxo de estrangeiros justificaram o recuo das taxas na curva a termo. O movimento só não foi mais aprofundado por causa das renovadas preocupações com a questão fiscal.
De volta ao Brasil depois de cumprir agenda na Europa, o ministro Joaquim Levy defendeu o aumento de impostos para fechar o rombo do Orçamento de 2016. Ele já havia admitido que o IR é uma das alternativas em estudo, com a possibilidade de elevação de alíquotas.
Representantes dos setores financeiro e empresarial já sinalizaram que podem apoiar a cobrança de um imposto transitório sobre transações financeiras, uma vez que a perda de grau de investimento do País é pior negócio do que pagar mais imposto. Levy também disse isso no evento de hoje. O difícil vai ser convencer a sociedade a querer pagar mais.
Uma das questões que estão preocupando alguns agentes no mercado de juros refere-se à possibilidade de elevação da Cide, que recai sobre a gasolina. Isso porque uma alíquota maior poderá pressionar ainda mais a já alta inflação brasileira. Tudo ainda está em discussão, com nada ainda fechado, ainda mais diante da negativa do Congresso nesses tempos de pouca sintonia entre Executivo e Legislativo.
