O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan, concedeu entrevista coletiva há pouco, após lideranças do partido e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidirem retirar da pauta a reforma na saúde que pretendia substituir o modelo atual, chamado “Obamacare”, em referência ao ex-presidente Barack Obama. “Nós chegamos muito perto de aprovar a reforma na saúde, mas não conseguimos”, admitiu Ryan. Segundo o deputado, a retirada do tema da pauta “é um revés, sem dúvida”. “Fizemos todo o possível para conseguir um consenso”, disse.
Por outro lado, Ryan afirmou que isso “não impede” a reforma tributária almejada por Trump, embora a torne “mais difícil”. A autoridade disse que, com o modelo atual de saúde, haverá menos dinheiro disponível para realizar os cortes de impostos planejados pelo presidente. De qualquer modo, Ryan insistiu que as mudanças na carga tributária ocorrerão, embora em menor nível que o antes almejado pela Casa Branca.
Ryan afirmou que estava “muito orgulhoso” do trabalho realizado pela aprovação da reforma, embora não tivesse conseguido a vitória. O deputado fez várias críticas ao sistema de saúde atual. Segundo ele, o “Obamacare” aumentará os custos para os americanos com o tempo e trará outros problemas, como a falta de opções para os usuários em muitas regiões dos EUA. De qualquer modo, Ryan disse que o Obamacare continuará como a lei em vigor no sistema de saúde. “Não sei quanto tempo levará para que consigamos substituir Obamacare”, admitiu.
O deputado disse que Trump “deu tudo de si” para a aprovação. A Casa Branca informou que nos últimos dias o presidente vinha contatando dezenas de deputados para convencê-los a votar a favor da medida.
Ryan não quis apontar culpados pela derrota nos planos do comando republicano, dizendo apenas que havia um grupo no partido contrário ao projeto. Deputados conservadores insistiam em mais cortes nos custos do seguro-saúde no país e diziam estar preocupados com o aumento do déficit, enquanto outros republicanos também disseram que não pretendiam apoiar a medida por outros motivos, por não estarem convencidos de que o novo plano fosse o ideal.