A recuperação do mercado de trabalho global se deteriorou de forma notável no primeiro trimestre deste ano em meio a múltiplas crises, que incluem a alta da inflação, turbulência financeira, possíveis problemas de dívida e cortes de oferta agravados pela guerra na Ucrânia, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
No documento, publicado nesta segunda-feira, a OIT aponta que o número de horas trabalhadas globalmente caiu entre janeiro e março para 3,8% abaixo do nível pré-pandemia de covid-19, depois de mostrar ganhos significativos no último trimestre de 2021. "Isso equivale a um déficit de 112 milhões de empregos em tempo integral", detalha a entidade.
O relatório também afirma que a recuperação é marcada por uma significativa e crescente divergência entre os países mais ricos e os mais pobres. "Enquanto os países de alta renda tiveram recuperação nas horas trabalhadas, as economias de baixa e média renda sofreram reveses no primeiro trimestre", diz a OIT.
Na avaliação da OIT, em alguns países em desenvolvimento, os governos estão cada vez mais limitados pela falta de espaço fiscal e desafios de sustentabilidade da dívida, ao passo que as empresas enfrentam incertezas econômicas e financeiras e os trabalhadores seguem sem acesso suficiente à proteção social.