Em reunião realizada no final de semana em Brasília, o diretório nacional da Rede Sustentabilidade definiu novos nomes para a cúpula do grupo, que tenta viabilizar sua formação como partido político. As mudanças na Executiva Nacional foram motivadas pela saída de Walter Feldman, então porta-voz da sigla, e de outros quatro integrantes do grupo que tem como principal expoente a ex-ministra Marina Silva.
Quem assume o posto de porta-voz é Bazileu Margarido, que já fazia parte da Executiva, ao lado de Gabriela Batista. Feldman, um dos principais operadores políticos da Rede, deixou o grupo para assumir cargo na Federação Paulista de Futebol. No próximo ano, ele deve ainda assumir um lugar na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
“Houve uma recomposição, mas sem grandes mudanças de rumo”, resumiu Margarido sobre o novo grupo.
Além de Feldman, outras quatro baixas foram oficializadas na reunião deste final de semana. Haldor Omar, Cassio Martinho, Thiago Rocha e Martiniano Cavalcante pediram para deixar a Executiva Nacional. Uma das cinco vagas abertas com a mudança na Rede será preenchida pela vereadora de Maceió, Heloísa Helena – eleita pelo PSOL.
De acordo com Pedro Ivo Batista, integrante da executiva, os quatro que pediram para deixar a cúpula terão outras tarefas no partido. “Na nota que cada um enviou individualmente, não se fala em divergência política. Apenas informam que irão continuar na Rede, mas não mais em funções da Executiva.”
Apoio
Nos bastidores, a saída de parte dos integrantes da executiva é vista como consequência de divergências políticas internas, intensificadas pelo apoio dado por Marina ao tucano Aécio Neves no segundo turno presidencial.
A “readequação de tarefas” na Rede é vista como uma forma de fortalecer o processo de coleta de assinaturas para viabilizar a formação do partido. A intenção, de acordo com o grupo, é contar com integrantes com mais disponibilidade de tempo.
A militância precisa de 32 mil assinaturas validadas pela Justiça Eleitoral para conseguir o registro. Até março, a sigla espera coletar 100 mil fichas de apoio para chegar com folga ao Tribunal Superior Eleitoral e se firmar como partido político em abril.
“O próximo ano será importante para a Rede. A partir da obtenção do registro devemos ter convenções estaduais em maio e junho e um congresso nacional em agosto”, afirmou Margarido.
Novo governo, ideias velhas. Além das questões internas, o grupo realizou neste final de semana uma avaliação da conjuntura com a posse de um novo governo. “Um novo governo com ideias velhas”, critica.
Pedro Ivo destaca que o grupo se recoloca com um projeto em busca do desenvolvimento sustentável, “independente ao atual governo”. Sobre a relação com partidos, ele afirma que a Rede não terá uma “postura linear com a oposição constituída pelo PSDB”, mas estará junto dos tucanos no que for benéfico para o País. “E separados no que não for coerente com nossa proposta”, afirmou.
A intenção é manter a união com o PSB, o PPS e “os partidos que estiveram na coligação Unidos pelo Brasil”, que levou Marina Silva ao terceiro lugar na disputa pela Presidência neste ano.