Alvo de uma disputa acirrada entre o governo e os deputados do PMDB, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que reduz de 39 para 20 o número de ministérios causou constrangimento para os peemedebistas presentes ao 14º Fórum de Comandatuba, maior encontro empresarial do País. Recém-empossado no ministério do Turismo, o ex-deputado Henrique Eduardo Alves rechaçou a ideia. “O tamanho do ministério é uma prerrogativa do Executivo”, disse o ministro. Ele afirmou ainda que até o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), novo articulador político do Palácio, considerou inconstitucional a proposta.
Apesar de se dizer contra a iniciativa do próprio partido, que será votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na quarta-feira, Alves se disse favorável à redução de pastas, mas não quis especificar quais deveriam ser extintas. “É excessivo o número de ministério e o próprio governo avalia isso de forma racional. Mas, pela importância do Turismo, não acho que deva ser cortado (o ministério). Esse é um segmento que gera renda em todos os níveis”, afirmou.
O peemedebista também defendeu que a Pesca, ministério comandado pelo partido e considerado o primeiro alvo de um eventual corte, deve ser mantido. Diante da dificuldade de encontrar uma pasta que seja dispensável, Alves preferiu não arriscar um palpite. Mas deu uma sinalização: “O governo criou ministérios e secretarias, como a da Mulher, para prestigiar setores importantes.”
Depois de abrir o evento ao lado do ministro e de jantar com ele, Eduardo Cunha defendeu a PEC de redução de ministérios. “Não fico constrangido como peemedebista ao pregar a redução dos ministérios. Se precisasse, o PMDB entregaria tudo para dar o exemplo. O Henrique assumiu no lugar de outro ministro do PMDB. Não houve aumento de cargo para o partido”, afirmou.