A conquista do Banco Central em conseguir mexer com as estimativas dos analistas do mercado financeiro para a inflação foi isolada para o ano de 2016. Para os períodos mais longos, que vinham apresentando ajustes para baixo semana a semana, todas as previsões ficaram congeladas de uma semana para outra desta vez.
De acordo com a série de estatísticas consolidadas do BC, a mediana das previsões para o IPCA permaneceu em 4,70% em 2017 e em 4,50% em 2018 e 2019. O BC vinha comemorando a cada semana toda revisão para baixo que vinha ocorrendo, nas palavras de um diretor do BC, “de trás para frente”.
A mudança da mediana para 2016 agora, ainda que pequena, de 5,50% para 5,45%, é uma luta que o BC vem travando com a manutenção do ritmo de alta da Selic em 0,50 ponto porcentual – atualmente está em 13,75% ao ano – e com discursos mais duros em relação ao combate à inflação.
Recentemente, entraram para o vocabulário dos documentos e apresentações dos porta-vozes da instituição as palavras “determinação” e “perseverança”, além da já conhecida “vigilante”.
IGPs e IPC-Fipe
O relatório do BC revelou mais uma vez um pessimismo com a inflação do atacado. O IGP-DI de 2015, por exemplo, deve encerrar em 7,42%, e não mais em 7,37%, como os analistas aguardavam na semana passada ou em 7,05%, como há um mês.
O IGP-M deste ano, segundo o documento, deve fechar em alta de 7,32%, taxa bem maior do que a da semana passada, de 7,00%. Quatro semanas atrás a previsão era de 6,88%. Para 2016, a perspectiva de alta de 5,50% segue pela 48ª semana consecutiva tanto para o IGP-M quanto para o IGP-DI.
Sobre o IPC-Fipe, que mede a inflação para as famílias de São Paulo, a estimativa para 2015 passou de 8,58% para 8,60%. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 8,35%. Para 2016, a previsão para a inflação de São Paulo ficou estável em 5,30%. Quatro semanas antes estava em 5,20%.