O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams, afirmou nesta segunda-feira que a redução no ritmo das compras de bônus "pode ser necessária em breve". Durante apresentação em evento virtual do Clube Econômico de Nova York, o dirigente demonstrou otimismo sobre a retomada econômica nos Estados Unidos, mas também citou o aumento de incertezas diante da variante delta da covid-19.
Com direito a voto nas decisões de política monetária, Williams afirmou que a recuperação "continua a mostrar impulso sólido", mas comentou que é preciso ter "paciência" com o quadro atual.
Ele notou que há gargalos prolongados em alguns setores, como no automobilístico. Também apontou que ganhos no mercado de trabalho parecem ter sido afetados por uma nova onda de casos da covid-19, mas previu que continue a haver "ganhos significativos" no emprego no país.
Ele projetou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresça "de 5,5% a 6%" neste ano.
Sobre a inflação, comentou que o processo de ajuste dos preços pode levar "um ano ou mais", projetando que ela retorne à meta de 2% no próximo ano. A taxa de inflação "tem moderado", disse Williams.
Para o presidente do Fed de NY, não há "sinais preocupantes" na inflação, mas ele afirmou que monitora o quadro com cuidado, além de lembrar que as expectativas para os preços continuam "relativamente estáveis".
Mesmo com o tapering dos bônus esperado adiante, a política monetária continuará a apoiar o quadro, afirmou o dirigente.
Williams lembrou que o Fed pretende primeiro atingir sua meta de máximo emprego e inflação na meta de 2%, antes de elevar os juros. "Há ainda um longo caminho pela frente até o máximo emprego", disse.