O Santos vai para a decisão da Copa Libertadores sem um dos jogadores mais importantes do seu elenco. Titular absoluto desde que chegou ao clube em agosto de 2018, Carlos Sánchez está afastado dos gramados desde outubro. Tem acompanhado o time como um torcedor, enquanto se recupera e aguarda a definição do seu futuro na equipe pela qual quer deixar os gramados.
Com 36 anos, Sánchez tem uma carreira longeva. Ficou por quase três temporadas no mexicano Monterrey, onde venceu um Apertura, antes de chegar à Vila Belmiro. Mas brilhou mesmo com a camisa do River Plate. Ajudou o time a vencer a segunda divisão argentina em 2012, foi campeão da Copa Sul-Americana em 2014 e, principalmente, da Libertadores do ano seguinte. Foram quatro gols marcados, um deles na decisão contra o mexicano Tigres, e a presença na seleção do campeonato.
Em 2019, ano em que o Santos assegurou a volta à Libertadores com o vice-campeonato brasileiro, foi importante do mesmo modo. Caiu nas graças de Jorge Sampaoli, acabou sendo o artilheiro do time na temporada, com 19 gols marcados, e o segundo atleta do elenco a mais atuar – 57 jogos, um a menos do que Diego Pituca.
Por tudo isso, se esperava que fosse peça importante na Libertadores. E até vinha sendo. Foi titular nos cinco primeiros jogos do time na competição. Marcou no quinto, na vitória por 3 a 2 sobre o Olímpia, resultado que classificou a equipe às oitavas de final. Mas sofreu grave lesão no mesmo duelo, no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.
Operado e com previsão de só voltar a atuar em maio, Sánchez virou torcedor. Divide os dias entre a recuperação da grave lesão, o apoio aos companheiros e a espera pela definição do seu futuro. E publica parte da sua rotina de apoio ao time nas redes sociais. Como seu contrato chega ao fim em 22 de julho, já está livre para assinar um vínculo com qualquer outro clube. Mas garante que a preferência é por ampliar o acordo e encerrar a carreira na Vila Belmiro.
"Eu digo que o clube é maravilhoso, a cidade é impressionante. E eu quero e tenho o desejo de ficar aqui, de me aposentar aqui, porque estou muito cômodo e espero que possa me coroar da melhor maneira. O sonho que tenho é levantar a Copa Libertadores", disse, em entrevista à Conmebol TV.
E o presidente Andrés Rueda já indicou que a possibilidade de renovar com Sánchez é real. "A gente conta com ele e, no momento certo, e vai ser breve, vamos sentar para conversar se renovamos, se estendemos", disse, recentemente. "Consideramos ele fundamental, no momento está contundido, como acontece no futebol", acrescentou.
Fora de campo, Sánchez está no Rio para apoiar os companheiros antes da decisão da Libertadores. O técnico Cuca optou por levar até aqueles jogadores que não estão disponíveis para o duelo com o Palmeiras, como acontece com o volante Jobson, que adiou uma cirurgia no joelho para viajar e ir ao Maracanã, e , que não pode ser registrado pelo clube por punição da Fifa.
À Conmebol TV, Sánchez admitiu estranhamento por ser mero espectador em um momento tão importante para o clube. Mas prefere vibrar com a presença do Santos em uma final de Libertadores. "Às vezes, quando começa o jogo fica chateado, mas quando vejo meus companheiros jogarem vem a alegria, porque sei que eles estão jogando por todos nós, os machucados, e isso me deixa muito alegre, muito contente pelas coisas que estão acontecendo com a equipe", acrescentou.
Com todas as dificuldades que o clube encarou, Sánchez viu o Santos passar por três campeões da Libertadores no mata-mata – LDU, Grêmio e Boca Juniors. O quarto, o Palmeiras, precisa ser derrubado para que o time fature o tetracampeonato. E o uruguaio vencer a competição pela segunda vez, faturando a sua primeira taça pelo time. "Os jogadores fizeram um esforço muito grande para levar o Santos ao lugar mais alto. Isso tem que se valorizar muito por nós e por toda nossa torcida", elogiou.