Estadão

Registro de inadimplentes sobe 0,2% em fevereiro ante janeiro, diz Boa Vista

O número de registros de inadimplentes aumentou 0,2% em fevereiro na comparação com janeiro, de acordo com dados dessazonalizados da Boa Vista, empresa brasileira de inteligência analítica. Na passagem de dezembro de 2022 para janeiro de 2023, o avanço registrado havia sido de 1,1%. No trimestre móvel encerrado em fevereiro, a alta acumulada foi de 6,1% frente ao trimestre móvel imediatamente anterior, também na série livre de ajustes sazonais.

Na série com os dados originais, o registro de inadimplentes avançou 25,8% na comparação de fevereiro de 2023 com o mesmo mês de 2022. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 21,0%, ante 20,8% registrada em janeiro na mesma base de comparação.

O economista da Boa Vista Flávio Calife destaca que, nos últimos 12 meses, o indicador apresentou recuo apenas em junho de 2022 e, desde então, acumulou oito altas consecutivas. "Mas a magnitude desse avanço em fevereiro merece um destaque especial, porque foi o menor desse período", diz. "As famílias têm enfrentado grandes desafios para manter as contas em dia, a renda foi muito impactada pela inflação e ainda não houve recuperação total, embora o cenário esteja caminhando para isso", complementa.

De acordo com Calife, a projeção é de novo crescimento no número de registros de inadimplentes em 2023, mas em ritmo menor do que o observado em 2022. "É importante ressaltar que o ritmo esperado de desaceleração dessa alta também pode mudar, dependendo de como o Desenrola avançar", explica o economista, em referência ao programa de renegociação de dívidas lançado pelo governo federal.

<b>Recuperação de Crédito</b>

O Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista registrou crescimento de 1,5% na passagem de janeiro para fevereiro, resultando em elevação de 2,5% no trimestre móvel, de acordo com dados dessazonalizados. Já na comparação interanual, a recuperação de crédito teve alta de 21,9% em fevereiro.

"O forte aumento que temos visto na recuperação de crédito não surpreende. Muito disso se deve ao fato de os registros terem crescido bastante. Com o avanço do Desenrola pode ser que esse número ganhe um incremento e se mantenha forte ao longo do ano, desacelerando menos em comparação às expectativas iniciais", analisa o economista da Boa Vista.

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