O secretário municipal de Saúde de Registro, Edson Carlos de Almeida Gauglitz, enviou na noite de sexta-feira, 26, ofício urgente ao Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP) em que ele relatava a situação de iminência de falta de oxigênio da cidade. A expectativa era que o produto acabasse na madrugada de sábado, 27, para domingo, 28, mas a prefeitura da cidade, do interior paulista, obteve a promessa do governo estadual de receber 34 cilindros.
Segundo a prefeitura, os responsáveis pelo atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local – que está com escassez de oxigênio – informam que os 12 cilindros duram 24 horas. A assessoria informou ao Estadão que disparou ofícios para diversas autoridades. Munícipes e trabalhadores da saúde fizeram o alerta chegar à deputada estadual Monica Seixas (PSOL), que mobilizou outros parlamentares e questionou a secretaria estadual da Saúde sobre a situação.
No pedido enviado ao Cosems-SP, Gauglitz informou que a UPA está funcionando com 150% da capacidade e que 18 de seus pacientes com covid-19 precisam de oxigênio 24 horas por dia. Essas pessoas não têm previsão de serem transferidas a hospitais da região, que estão com lotação máxima.
"Atualmente, está sendo utilizados dois cilindros de 10m³ por hora para manter em média 18 pacientes que necessitam de oxigênio 24 horas por dia sem previsão para regulação, tendo em vista que todos os hospitais estarem em sua lotação máxima", disse o pedido de ajuda.
"Informamos que a UPA 24 horas de Registro possui somente 20 cilindros de 10m³, que precisam ser recarregados duas vezes ao dia", continuou o texto. Gauglitz diz ainda que o município, apesar de contar com duas empresas fornecedoras, não tem conseguido suporte na reposição de oxigênio.
"A crise que abateu sobre Manaus chegou em São Paulo", afirmou Monica Seixas, que defende a adoção de lockdown e a garantia de crédito para o setor de serviços e comércio. Um levantamento divulgado na semana passada pelo Cosems-SP aponta que ao menos 114 municípios paulistas estão com "estoque crítico" de oxigênio.