Na abertura do Encontro Nacional da Indústria (Enai) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente da entidade, Robson Andrade, afirmou nesta quarta-feira, 11, que o Brasil vive um momento complexo e que “exige urgência”. “Nem a indústria nem o País aguentam mais”, disse ao se referir à crise atual.
De acordo com ele, os números da indústria em 2015 serão piores do que os apresentados no ano passado com uma menor participação da indústria de transformação, que deverá ter 9% de participação. “Obstáculos tributários e trabalhistas retiram condição de produzir mais e de gerar empregos de qualidade”, frisou.
O presidente da CNI fez uma dura crítica às regulações excessivas e ineficientes e às medidas que são adotadas e não avançam. “No Brasil, existe uma conjugação de fatores que gera ineficiência”, ressaltou. Para Andrade, há a necessidade de criar um ambiente favorável para a prosperidade e uma agenda adequada que elimine os entraves estruturais. “O Estado precisa ser transparente, ágil e com regras bem definidas”, ressaltou.
O dirigente da entidade criticou o aumento de despesas por parte do governo e destacou a necessidade de reavaliar os gastos. “O ajuste precisa ser rápido e cirúrgico para minimizar os custos que o acompanham”.
Ao lado do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, Andrade fez referência ainda à crise política que, segundo ele, tem aumentado despesas do governo. “É com crescente preocupação que acompanhamos o jogo político se transformar em construção de despesas”, disse.
Na avaliação do presidente, quem gera riquezas no Brasil não tolera mais um sistema tributário caro e ineficiente, e se mostrou contrário à CPMF que o governo está tentando recriar.
Com a necessidade de aprovação de medidas do ajuste fiscal no Congresso, Andrade fez um pedido aos empresários para que conversem com deputados e senadores e ressaltem a importância do ajuste fiscal. “Devemos manter o otimismo e a confiança no nosso País, esse momento adverso certamente passará.”