O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira, 5, que a meta da pasta é publicar até o fim do mês toda a regulamentação do Mover, o programa que prevê R$ 19,3 bilhões, até 2028, na produção de carros mais seguros e menos poluentes.
Segundo Alckmin, o sucesso do Mover está comprovado na série de investimentos relevantes anunciados pelas montadoras após seu lançamento.
Após participar de um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o vice-presidente se dirigiu a Sorocaba, no interior paulista, onde visitará a fábrica da Toyota, que, conforme antecipou o próprio Alckmin no domingo, vai anunciar investimentos de R$ 11 bilhões.
Na quarta-feira, é aguardado o anúncio de um investimento histórico da Stellantis, grupo que produz carros das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën. No total, conforme a Anfavea, entidade que representa a indústria automotiva, R$ 100 bilhões serão investidos pelas montadoras e seus fornecedores de peças até 2029
"Esperamos que toda a regulamentação do Mover seja publicada até o fim do mês", informou Alckmin ao atender a imprensa após abrir o I Encontro Nacional da Indústria e Serviços, evento promovido nesta terça-feira pela ApexBrasil na sede da Fiesp.
Durante o evento, o vice-presidente disse que as exportações no Brasil cresceram, no ano passado, dez vezes mais do que a média mundial, porém com um desempenho muito puxado pelas commodities. O desafio agora, reforçou, é exportar também produtos industriais e serviços. "No passado era assim: exportar é o que importa, é a solução. Virou exportar é a salvação", declarou Alckmin, ao dizer que o País precisa ter mais empresas exportadoras.
Nesse objetivo, ele elencou esforços para fortalecer o comércio inter-regional e o acordo de livre comércio assinado entre Mercosul e Cingapura, assim como o crédito a exportações oferecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com spread 60% mais baixo.
Ao apontar os juros altos como o grande entrave aos investimentos, Alckmin citou o projeto que prevê a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD) como um instrumento que permitirá à indústria captar recursos 1,5% mais barato, dada a isenção do imposto de renda do título.