A economista-chefe do Banco Mundial, Carmen Reinhart, prevê que as economias emergentes vão demorar três anos ou mais para completar a retomada da crise provocada pelo coronavírus, em meio à lenta vacinação contra e ao espaço fiscal limitado.
Em evento virtual organizado pelo Graduate School of Economics de Barcelona hoje, Reinhart afirmou que a economia global registra recuperação em formato de K, isto é, com acentuadas divergências entre os países. Segundo ela, o maior volume de estímulos implementado por governos mais ricos ajuda a explicar a disparidade.
A economista comentou que mais da metade das nações pobres – os 73 que são elegíveis ao programa de alívio de dívida do G20 – tem quadro de endividamento "sob estresse". Ela acrescentou ainda que o planeta atravessa o primeiro contexto de salto na pobreza desde meados da década de 1990.
O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, que participou da mesma conferência, ressaltou que a crise provocada pelo coronavírus mudou a maneira como o mundo enxerga a Europa. De acordo com ele, a recessão mostrou que a União Europeia pode agir de forma conjunta na resposta fiscal a um choque.