Embaixador do Reino Unido na Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE, na sigla em inglês), Neil Bush destacou nesta quinta-feira, 19, o impacto da guerra russa na Ucrânia sobre a segurança alimentar global. Em discurso, Bush pediu que Moscou pare de impedir a produção e a exportação de alimentos pela Ucrânia.
Segundo o embaixador britânico, os ucranianos enfrentam "repressão, deportação e destruição de cultura e identidade", com a campanha militar russa, com dezenas de milhares de mortos e milhões de refugiados ou deslocados internos.
Além disso, ele comentou que milhões de outras pessoas pelo mundo correm risco, com a campanha russa, já que "os crimes da Rússia exacerbam a perspectiva econômica global com fortes altas nos preços de alimentos e combustíveis, ameaçando a segurança alimentar do mundo".
Os ataques "disseminados e indiscriminados" da Rússia matam e ferem trabalhadores do setor rural em seus campos na Ucrânia, denunciou Bush. Há relatos sobre destruição ou saques contra equipamentos agrícolas, o que prejudica as safras, ele criticou, lembrando que, segundo o Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas, um a cada três lares ucranianos enfrenta atualmente insegurança alimentar.
Bush disse que, neste momento, a Rússia ainda conduz um bloqueio de portos e destrói infraestrutura local, ameaçando os sistemas de alimentação global.
Cerca de 25 milhões de toneladas de grãos "estão sendo mantidas como reféns pela Rússia, por meio de seu bloqueio nos portos do Mar Negro", denuncia o Reino Unido, lembrando que isso pode exacerbar o problema da fome, sobretudo na África e na Ásia, ainda com impacto de alta nos preços globais.