Estadão

Reino Unido anuncia que irá proibir raça de cachorros após ataque a menina

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, descreveu, nesta sexta-feira, 15, a raça de cães American Bully XL como um "perigo para nossas comunidades" e anunciou planos para proibir a raça após um clamor público devido a uma série de ataques recentes.

Sunak disse que ele pediu aos ministros do governo para que reunissem especialistas policiais e caninos para definir legalmente as características do American Bully XL, que não é reconhecido como uma raça por grupos como o Kennel Club no Reino Unido ou o American Kennel Club nos Estados Unidos, que são organizações de criadores que se dedicam a criação, registro, exposição e promoção de raças de cachorro.

"Atualmente não é uma raça definida por lei, então este primeiro passo vital deve acontecer rapidamente", disse Sunak em uma declaração em vídeo postada no X, anteriormente conhecido como Twitter. "Então baniremos a raça sob a Lei de Cães Perigosos e novas leis entrarão em vigor até o final do ano."

O governo está sob pressão para tomar uma atitude sobre o assunto depois que uma menina de 11 anos foi atacada e seriamente ferida por um American Bully XL no último sábado, 9, em Birmingham, na Inglaterra. Essas preocupações se aprofundaram na quinta-feira, 14, depois de um homem ser morto em um ataque que pode ter envolvido este tipo de cão.

"Os cachorros American Bully XL são perigosos para as nossas comunidades, especialmente para nossas crianças, Sunak disse. "Eu compartilho com a nação o horror sobre os vídeos recentes que todos nós assistimos."

Quatro raças de cachorro são atualmente proibidas no Reino Unido: o pitbull terrier, o tosa japonês, o dogo argentino e o fila brasileiro. Alguns ativistas pediram que o American Bully XL, que foi originalmente criado a partir do American Pit Bull Terrier, fosse adicionado à lista porque acreditam que características perigosas foram introduzidas nos animais.

O Bully XL não é reconhecido como raça pelo Kennel Club do Reino Unido, que argumentou que nenhuma raça de cão é inerentemente perigosa. A organização afirma que as proibições específicas de raças não abordam os fatores mais importantes que contribuem para os ataques, principalmente os donos de cães irresponsáveis que treinam seus cães para serem agressivos.

No Reino Unido, se houver suspeita que um proprietário possui uma raça proibida sem autorização especial do tribunal, a polícia ou as autoridades locais têm autoridade para apreender o cão – mesmo que ele não esteja agindo de forma perigosa. Um especialista avalia então se o cão representa um risco. Em alguns casos, o cachorro é morto. Às vezes, ele é devolvido ao proprietário, que precisa concordar em seguir regras rigorosas, incluindo amordaçá-lo em todos os momentos em público, castrá-lo e colocá-lo com microchip.

É ilegal no país possuir um cão perigosamente fora de controle, um crime que acarreta uma multa ilimitada e uma pena de prisão até seis meses. Se o cachorro machucar alguém, o dono pode ser preso por até cinco anos; se o cachorro matar alguém, a condenação pode ser de até 14 anos.

<i>(Com agências internacionais)</i>

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