Estadão

Reino Unido e Alemanha reafirmam união para pressionar Rússia sobre guerra

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, reafirmaram em entrevista coletiva nesta sexta-feira em Londres a união para responder à guerra da Rússia na Ucrânia. Os dois líderes falaram que pretendem continuar a enviar armas defensivas para os ucranianos e também sobre passos para pressionar Moscou na frente econômica. Scholz mencionou o trabalho alemão para reduzir sua dependência da Rússia no setor de energia, enquanto Johnson demonstrou ceticismo sobre a perspectiva de negociações com o presidente russo, Vladimir Putin.

Scholz se disse "otimista" quanto à chance de a Alemanha conseguir futuramente acabar com as compras de gás russo, sem fixar datas. Segundo ele, o país faz investimentos em outros países para diversificar seus fornecedores, e esse esforço deve ser mantido seja qual for o desfecho da guerra na Ucrânia. "Caminhamos para reduzir a dependência do gás russo, mas isso é complexo", admitiu.

Ele ainda disse que a Alemanha pode não depender mais do petróleo russo até o fim deste ano e faz "todo o possível" para reduzir a dependência da energia russa em geral.

O chanceler alemão também disse que seu país continuará a enviar armas à Ucrânia e ressaltou a necessidade de que a Rússia concorde com um cessar-fogo e a retirada de tropas, a fim de que possa ser reforçada a ajuda humanitária aos ucranianos.

Já o premiê do Reino Unido demonstrou ceticismo sobre a postura russa nas negociações. "Negociar com a Rússia não parece ser algo muito promissor", disse ele, mostrando-se "cético" e mesmo "cínico" sobre garantias dadas por Putin nas conversas.

Johnson anunciou o envio de mais 100 milhões de libras em equipamentos de defesa para a Ucrânia. Questionado se isso não pode causar uma escalada no confronto, ele respondeu que Putin já realiza uma escalada, lamentando ataques a refugiados em uma plataforma de trem no leste ucraniano, episódio que qualificou como "crime de guerra".

Scholz, por sua vez, ressaltou a importância da pressão econômica sobre a Rússia. Segundo ele, medidas já adotadas contra o banco central e o setor bancário do país impedem que Putin tenha acesso a mais dinheiro para financiar a guerra na Ucrânia. Ele ainda destacou o esforço para cortar importações para a Rússia no setor de tecnologia, prejudicando a economia local.

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