O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concordaram neste sábado (7) em manter contato enquanto suas equipes de negociação intensificam os esforços para concluir um acordo comercial pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia antes que o tempo acabe.
A menos de dois meses da saída do Reino Unido da órbita econômica da UE, um porta-voz do escritório de Johnson em Downing Street disse que as equipes de negociação "redobrarão os esforços para chegar a um acordo" quando as negociações forem retomadas em Londres na segunda-feira.
O porta-voz afirmou que Johnson disse à chefe do braço executivo da União Europeia, durante um telefonema, que "diferenças significativas" permanecem, apesar de "algum progresso" nas recentes discussões dos negociadores.
Em uma declaração que soa semelhante, Von der Leyen notou alguns progressos, bem como "grandes diferenças" nas negociações comerciais, acrescentando que as equipes de negociação irão "continuar trabalhando duro" para garantir um acordo.
Embora o Reino Unido tenha deixado a UE em 31 de janeiro, ele permanece dentro do mercado único livre de tarifas e da união aduaneira do bloco até o final do ano. Para que um acordo passe pelos obstáculos legislativos necessários, um acordo deve ser fechado em breve, possivelmente na próxima semana.
Um acordo comercial garantiria que não houvesse tarifas e cotas no comércio de mercadorias entre os dois lados, mas ainda haveria custos técnicos, parcialmente associados a verificações alfandegárias e barreiras não tarifárias aos serviços.
Embora ambos os lados sofram economicamente com o fracasso em garantir um acordo comercial, a maioria dos economistas acredita que a economia britânica sofrerá um golpe maior, pelo menos no curto prazo, pois é relativamente mais dependente do comércio com a UE do que vice-versa.
Embora a eleição presidencial nos Estados Unidos não esteja diretamente conectada à questão, muitos analistas dizem que ela pode ter influência nas discussões.
O presidente Donald Trump era um "líder de torcida" do Brexit e disse que queria concluir um acordo comercial com o Reino Unido após a reeleição. Em contraste, o rival democrata de Trump, o ex-vice-presidente Joe Biden, já expressou preocupação sobre o impacto do Brexit no processo de paz na ilha da Irlanda. Biden disse que tentaria reconstruir os laços dos EUA com a UE, caso se tornasse presidente. Fonte: Associated Press.