O recém-nomeado ministro de Finanças do Reino Unido, Philip Hammond, disse hoje que o país será ágil em definir amplas metas para sua relação com a União Europeia após o chamado “Brexit”, ao admitir que o resultado do plebiscito do mês passado abalou a confiança e desestimulou os investimentos. Em 23 de junho, a maioria do eleitorado britânico votou pelo rompimento do Reino Unido com a UE.
Em entrevista à BBC, Hammond afirmou que dissipar as incertezas que cercam o futuro da economia britânica será uma tarefa crucial nos próximos meses se o Reino Unido quiser assegurar os níveis de investimento necessários para impulsionar o crescimento e a geração de empregos.
Segundo Hammond, o governo vai procurar tranquilizar empresas e famílias sobre o futuro da relação do Reino Unido com a UE estabelecendo amplos objetivos com seus parceiros europeus, antes de chegar a um acordo mais detalhado, que, segundo ele, poderá exigir anos de negociações.
“A questão mais importante não é quanto tempo irá demorar para ratificar o tratado detalhado. Mas sim quanto tempo demoraremos para definir os principais termos do acordo. E eu espero que possamos fazer isso o mais cedo possível,” disse o ministro.
Hammond ressaltou que uma das principais metas é garantir a continuidade do acesso dos serviços financeiros do Reino Unido ao mercado único da UE. Para ele, o centro financeiro de Londres é “altamente resistente” a adversidades e importante não apenas para a economia britânica, mas para a Europa como um todo. Os negócios da UE serão “imensuravelmente mais fracos” se o acesso aos mercados de capitais de Londres se perder, opinou ele.
Hammond, que foi nomeado ontem para o cargo de ministro de Finanças pela nova primeira-ministra Theresa May, afirmou também que não tem planos de adotar um orçamento emergencial. Ele reconheceu que o déficit fiscal precisa ser eliminado, mas notou que ainda precisa avaliar “como, quando e em que ritmo” isso poderá ser atingido.
Hammond disse ainda que pretende elaborar planos de gastos e impostos detalhados mais para o final do ano e que irá se reunir nesta quinta-feira com o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, para discutir a economia.
O BoE vai anunciar decisão de política monetária no começo da manhã de hoje e a expectativa é que o BC inglês tome novas medidas de estímulos, que poderão incluir corte de juros e ampliação de compra de ativos. Fonte: Dow Jones Newswires.