Mais uma nação não enviará representantes políticos aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022, na China, em fevereiro. Nesta quarta-feira, horas depois de a Austrália tomar essa decisão, o Reino Unido, através de seu primeiro-ministro Boris Johnson, anunciou o "boicote diplomático", se juntando também aos Estados Unidos, ao alegar violações dos direitos humanos por parte dos chineses.
"Como eu disse anteriormente, não apoiamos os boicotes esportivos, mas não há planos para (…) que os ministros compareçam aos Jogos Olímpicos de Inverno", afirmou Boris Johnson em uma audiência no Parlamento Britânico, em Londres, ao destacar um "boicote diplomático".
O "boicote diplomático" não afeta as disputas esportivas nem impede a participação dos atletas britânicos, americanos ou australianos.
Há meses, ativistas pedem um boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022 por abusos dos direitos humanos cometidos pelo governo chinês em Xinjiang e no Tibete e sua repressão política em Hong Kong.
Pequim foi acusada pelos Estados Unidos e outras nações ocidentais de prender mais de um milhão de uigures de maioria muçulmana em centros de detenção em Xinjiang, onde alguns ex-detentos afirmam que foram torturados, estuprados ou esterilizados à força. A China nega as acusações, dizendo que os campos são centros de reeducação projetados para combater o separatismo e o terrorismo islâmico na região oeste do país.
Ainda antes da decisão britânica, ao ser questionado sobre o boicote dos australianos, o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, afirmou que seu país nunca teve a intenção de convidar as autoridades do país da Oceania. A decisão de do governo da Austrália "mostra aos olhos de todos que o governo australiano acompanha cegamente a linha de um país", afirmou Wang, sem citar os Estados Unidos.
"Ninguém se importa se eles vêm ou não, suas manobras políticas e pequenos truques não vão mudar em nada o sucesso dos Jogos Olímpicos", comentou.
A decisão do governo dos Estados Unidos chegou a irritar o governo da China. "Os Estados Unidos pagarão o preço por suas decisões equivocadas", declarou na última terça-feira o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.