Cidades

Reintegração na Vila Esperança poderá desalojar 130 famílias

As familias passaram a fazer suas casas há 20 anos, quando uma revendedora da Fiat faliu e o local ficou abandonado

Na próxima segunda-feira, um mandado de reintegração de posse pode encerrar quase 20 anos de ocupação irregular em um antigo terreno localizado na avenida Guarulhos, altura do número 2946, na Vila Esperança.

A área pertencia a uma revendedora Fiat que faliu e, desde o ano de 1992, é ocupada por moradores de baixa renda que, pouco a pouco, conseguiram trazer até evoluções nas moradias – que passaram a ser de alvenaria e contam inclusive com medidores individuais de consumo de água.

Quatro recursos movidos pelos moradores podem impedir o cumprimento da ordem judicial, mas, caso não consigam uma resposta positiva do juiz, as 130 famílias do lugar devem ficar desabrigadas.

Segundo o advogado Carlos Alberto Pinto, defensor dos moradores desde 1998, a Prefeitura manifestou interesse em realocar os habitantes através do programa federal Minha Casa, Minha Vida. Essa alternativa daria um prazo de 12 a 15 meses de permanência na área ocupada até que as moradias populares ficassem prontas.

A proposta agradou aos habitantes, que afirmam não ter restrições em deixar o lugar desde que tenham a garantia de uma nova casa ou uma indenização de que permita a busca por um novo lar.

Entretanto, disse o advogado, o proprietário do terreno não manifestou interesse em comprar um terreno que suportasse a construção das novas casas. "Ele só quer a propriedade de volta. Em uma época, o dono chegou a propor a doação de metade do terreno para os moradores como forma de acordo, mas agora nem isso eles têm", afirmou o defensor.

Dois anos após o início da invasão, o proprietário do local entrou com uma ação judicial visando à retomada de seu terreno e desde então, os moradores correm o risco de perder suas casas. Caso a ordem judicial não seja revertida, conta o advogado, o destino das famílias é incerto. "Chegamos a fazer uma reunião com uma representante da Secretaria de Assistência Social para fazer um cadastramento dos moradores, mas realmente não sei o que vai acontecer com eles. A grande verdade é que eles não têm para onde ir".

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