Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que a relação entre o preço do etanol e o da gasolina voltou a subir entre a terceira e a quarta semanas de setembro, ao sair de 61,52% para 63,12%. No fechamento do mês, a taxa média atingiu 61,57%, ante 60,80% em agosto.
De acordo com André Chagas, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a tendência é que essa equivalência continue acelerando, à medida que se aproxima o fim da safra de cana-de-açúcar. Além disso, há sinais de que o valor do etanol também será majorado, acompanhando o reajuste da gasolina. “Deve subir, mas não acredito que irá extrapolar 70%”, avaliou.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.
A expectativa da Fipe é que se o aumento de 6% da gasolina nas refinarias for repassado integralmente ao consumidor, o efeito no IPC ao longo de outubro será de 0,15 ponto porcentual. No entanto, Chagas acredita que esse impacto poderá se acrescido de 0,03 ponto, pois acredita que o consumidor também começara a pagar mais pelo etanol.
No IPC, índice que mede a inflação na capital paulista, a variação do etanol atingiu 1,65%, enquanto a gasolina ainda ficou com deflação de 0,15%. O IPC, por sua vez, acelerou para 0,66%, ante 0,56% em agosto. Com isso, o grupo Transportes ficou em 0,10%, na comparação com 0,05% no oitavo mês do ano.