A relação entre os preços do etanol e da gasolina atingiu em setembro a menor marca para o mês desde 2010, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No nono mês deste ano, essa equivalência atingiu 59,88%, enquanto há oito anos, em setembro, havia sido de 58,30%. Contudo, na comparação com agosto de 2018, quando alcançou 57,91%, o resultado de setembro é superior.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, a utilização de gasolina ou etanol é considerada indiferente.
Nesta terça-feira, 2, com base no levantamento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de setembro, que apura a taxa de inflação na cidade de São Paulo, o valor médio da gasolina foi de 4,86% na comparação com recuo de 1,05% em agosto. Já o preço médio do etanol foi de 8,15% em relação à retração de 6,18% no oitavo mês do ano. O IPC, por sua vez, teve alta de 0,39% em setembro no confronto com 0,41% em agosto.
“O comportamento dos preços do etanol é que está em seu processo natural. Já o valor da gasolina é que está fora do normal, por causa da depreciação cambial. A velocidade do aumento de preço desse combustível é que acelerou mais, alterando a relação ente etanol e gasolina”, avalia o coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira.