Noticia-geral

Relator da CPMI nega acordo entre base e oposição

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Congresso que apura denúncias de corrupção na Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), negou na tarde desta quinta-feira que a base e a oposição tenham feito um acordo para barrar oitivas de nomes ligados ao escândalo na estatal.

Maia argumentou que houve um entendimento “de procedimento” entre os partidos políticos sobre quem deverá ser ouvido pelo colegiado faltando pouco mais de um mês para o encerramento dos trabalhos da CPMI. Ele descartou, no entanto, que tenha ocorrido uma “blindagem”. “Não há nenhum acordo para a votação de relatório, para inocentar alguém ou para deixar de investigar aquele partido ou político”, afirmou.

“Vamos ouvir as pessoas identificadas como tendo ligação direta com o Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) e Alberto Youssef (doleiro e principal alvo da Operação Lava Jato)”, disse. “Vamos focar nos que têm condições de nos trazer informações”. Maia disse que a CPMI vai centrar esforços agora em ouvir executivos da holding GFD e do Labogen, empresas controladas pelo doleiro. Em delação premiada à Justiça Federal, Paulo Roberto e Youssef envolveram políticos aliados do Palácio do Planalto e da oposição num esquema de pagamento de propinas na estatal.

Ontem, parlamentares da base atuaram para evitar a convocação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), apontada por Youssef como beneficiária de doações não declaradas no valor de R$ 1 milhão em 2010, e do tesoureiro do PT João Vaccari Neto, cujo nome também foi citado na delação premiada. O PSDB, por sua vez, impediu a convocação de Leonardo Meirelles, apontado como laranja de Youssef e que disse à Justiça que o ex-presidente do partido Sérgio Guerra, morto no início deste ano, recebeu recursos do esquema.

Maia justificou o acertado pelos membros da CPMI. “No procedimento não iríamos chamar políticos porque não há prazo e porque as falas ou ilações estão na delação premiada”, disse. “Enquanto nós não obtivermos as informações não teremos como produzir um relatório que trate sobre políticos e pessoas citadas no processo da delação premiada”.

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