Estadão

Relatório na COP-27 não traz proposta de sustentabilidade da UE, Índia e Barbados

Um novo rascunho projetado pela Presidência do Egito com resoluções da Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP-27), divulgado nesta sexta-feira, 18, não inclui as propostas de desenvolvimento sustentável apresentadas pela União Europeia, Índia e Barbados. O documento de dez páginas foi criticado como "vago" e "exagerado", refletindo as prioridades do governo egípcio e ignorando os projetos mais comentados.

A proposta surpresa da União Europeia, sugerindo a criação de um fundo internacional para compensar danos causados por desastres climáticos em países vulneráveis, ganhou rápida popularidade entre as discussões da COP-27.

A ideia sofre resistência dos Estados Unidos e alguns países ricos do bloco europeu, além de requisitar a participação de países emergentes como China, segundo maior poluidor mundial.

O plano da UE é uma contraproposta ao projeto feito pela China e um grupo de países vulneráveis conhecidos como G77, que também criaria um fundo, mas onde apenas nações desenvolvidas teriam que contribuir. China e Arábia Saudita refutaram o acordo europeu, afirmando que o dinheiro para o fundo de compensação não deveria vir deles, mas sim dos países desenvolvidos.

O acordo inclui uma proposta da Índia para adotar a redução gradual de todos os combustíveis fósseis, incluindo petróleo e gás natural – uma grande mudança em relação aos compromissos anteriores focados na redução do carvão, que atingem principalmente países em desenvolvimento. Atualmente, o Egito é um dos beneficiados com a produção de combustíveis fósseis: o país teve um salto no crescimento produtivo de gás natural com a descoberta de novas fontes nos últimos anos e é aliado próximo das potências Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Outra proposta parcialmente ignorada pelo rascunho do governo egípcio é a detalhada Iniciativa Bridgetown sobre reforma financeira, proposta pela primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley. O projeto da Presidência do Egito cita apenas de forma vaga a reforma de bancos multilaterais de desenvolvimento.

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