Treze dos 40 integrantes da equipes de remo dos Estados Unidos tiveram problemas estomacais depois de participarem do Mundial Júnior de Remo na Lagoa Rodrigo de Freitas, encerrada no último sábado, no Rio. A competição serviu como evento-teste para os Jogos Olímpicos de 2016 e o novo incidente volta a colocar em xeque o risco que a má qualidade da água de uma das sedes de competição da Olimpíada – a Baía de Guanabara, que será local da vela olímpica, também está em condições críticas para a prática esportiva atualmente.
Uma médica da equipe norte-americana disse suspeitar que os problemas foram causados pela contaminação das águas da Lagoa Rodrigo de Freitas. Os remadores dos EUA foram os mais afetados e sofreram com vômito e diarreia, segundo informação divulgadas nesta segunda-feira pela agência Associated Press (AP).
Outras equipes que participaram do Mundial Júnior de Remo também reportaram alguns problemas por causa da má qualidade da água, segundo informou a Federação Internacional de Remo. Vale salientar, entretanto, que é comum alguns atletas relatarem indisposições durante uma competição dura com a participação de mais de 500 jovens. Ao mesmo tempo, porém, a médica da equipe norte-americana Kathryn Ackerman disse que o ocorrido com o time do país na competição “não é algo normal”.
No último dia 30 de julho, a AP publicou uma análise independente de qualidade das águas dos locais de competição de vela, remo, maratona aquática e triatlo, após encomendar uma pesquisa na qual foram encontrados níveis perigosamente altos de vírus e bactérias de esgoto humano. Esses resultados alarmaram especialistas internacionais e preocuparam os competidores que treinam no Rio de Janeiro, alguns dos quais já apresentaram febres, vômitos e diarreia.
A técnica norte-americana Susan Francia, bicampeã olímpica de remo, disse em uma entrevista à AP que 13 remadores e quatro membros da equipe de apoio, entre os mesmos ela própria, sofreram com vários problemas gastrointestinais durante as duas semanas de treinos no Rio.
Kathryn Ackerman, por sua vez, afirmou que remadores de vários países que ficaram no mesmo hotel onde se hospedou a equipe norte-americana não pareciam tão afetados com os problemas de contaminação nas águas.
“Não sei se foram as garrafas de água que haviam nos barcos ou preocupações de higiene, nas quais alguns atletas são bons e outros não”, disse a médica, sem descartar que os problemas estomacais possam ter sido causados por algo que comeram ou beberam. “Não temos certeza. Minha impressão pessoal é a de que é algo da lagoa (que causou estes problemas)”, completou.
A US Rowing (a federação de remo dos Estados Unidos) informou também que está investigando o caso envolvendo os seus remadores e que analisará se os atletas, que têm entre 16 e 19 anos, tomaram as precauções indicadas para competir na poluída Lagoa Rodrigo de Freitas.