O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, disse nesta terça-feira, 28, que o projeto de terceirização agrava o ajuste fiscal. Segundo ele, o que o Congresso Nacional tem buscado é a qualidade do ajuste. “Nós estamos preocupados com a qualidade do ajuste. Não é com o quanto. É com o como. E a terceirização agrava muito mais isso”, afirmou ele, após reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
O presidente do Senado informou ainda que disse ao ministro Levy sobre sua preocupação com a terceirização da atividade-fim, porque caracteriza um modelo novo de desenvolvimento, prejudica as relações de trabalho no País, desqualifica o trabalhador e desorganiza a economia.
“O Senado vai analisar criteriosamente essa matéria. Todos nós defendemos a regulamentação dessa matéria para ampliar a segurança jurídica. Precisamos tirar esses 12 milhões de trabalhadores da zona cinzenta, mas nós não podemos permitir que a terceirização da atividade-fim se faça sem limite”, disse. Para o presidente do Senado, seria um retrocesso e o País não “pode pagar esse preço”.
Para ele, não faz sentido nenhum, em um momento em que o governo aumenta R$ 33 bilhões de impostos, transferir a conta para o trabalhador. “Se isso continuar acontecer, a presidente vai continuar não podendo falar no dia primeiro de maio”, insistiu ele.
Sobre divergências com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em torno do projeto de terceirização, Renan afirmou que não vai “rebaixar a discussão entre Câmara e Senado” a esse patamar. “Não é isso que os senadores querem”, afirmou.