A taxa de desemprego baixa e a manutenção da massa salarial em alta, apesar de 2014 não ter sido um ano bom para a indústria, fizeram com que o índice que mede o fluxo de veículos nas estradas pedagiadas no País registrasse um crescimento de 2,4% no ano passado na comparação com 2013, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e a Tendências Consultoria Integrada.
O economista da Tendências, Rafael Bacciotti, destaca que o resultado no acumulado confirma o comportamento diferente entre veículos leves e pesados, verificado em praticamente todos os meses do ano. Em 2014, o tráfego de veículos leves nas rodovias concedidas à iniciativa privada cresceu 4,2%, enquanto o de pesados caiu 2,6%.
“Enquanto a produção industrial manteve tendência de queda ao longo de todo ano, impactada em grande medida pelo desempenho do setor automotivo, a massa salarial, puxada pela expansão do rendimento médio real, sustentou crescimento relevante em 2014. O resultado foi um estímulo ao tráfego de veículos de passeio e uma queda no movimento de caminhões, que acompanha a atividade industrial”, afirmou.
Bacciotti pondera que, no ano passado, houve o impacto da Copa do Mundo, realizada no País, que durante os meses de junho e julho gerou impacto negativo na atividade econômica, com paralisação na indústria, influenciando negativamente o movimento de veículos pesados.
“Os resultados foram se normalizando na sequência e, agora com os dados anuais completos, podemos ter uma radiografia muito precisa do ano: certamente 2014 não foi bom para a indústria, mas o fluxo de veículos leves, influenciado pelas taxas de desemprego baixas e boa renda, mantiveram o índice positivo”, reforçou o economista. )