Economia

Renda fixa amplia vantagem em relação à poupança

A elevação em 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic), pelo Comitê de Política Monetária – para 13,25% ao ano -, ampliou a atratividade dos fundos de renda fixa em relação à poupança, tornando-os mais vantajosos do que a caderneta em quase todos os cenários.

De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), fundos de renda fixa com taxas de administração de até 2% ao ano rendem mais do que a poupança seja qual for o prazo de resgate. À taxa de 2,5%, a renda fixa apenas se iguala ao rendimento da poupança no curtíssimo prazo, e volta a perder em aplicações acima de seis meses. Com a nova Selic, a caderneta só é vantajosa em relação a investimento de até um ano em fundos com taxa de administração igual ou superior a 3%.

“Essa alta da Selic vai trazer ainda mais vantagem para renda fixa sobre a poupança, que já vinha perdendo espaço e rentabilidade com a situação econômica”, diz Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econômicos da Anefac. Com menos sobras no bolso por causa da inflação alta e com a atratividade de outras aplicações, no primeiro trimestre, as retiradas da caderneta foram superiores às entradas em R$ 23,2 bilhões.

A poupança rende 0,60% ao mês e 7,44% ao ano (6,17% mais a Taxa Referencial). Assim, um investimento de R$ 10 mil vai valer, ao fim de 12 meses, R$ 10.744. Segundo a simulação da Anefac, com a nova Selic, o mesmo valor aplicado em um fundo com taxa de administração de 2,5% pagaria mais ao investidor, totalizando R$ 10.770 em um ano. Sobre o investimento em poupança não há incidência do Imposto de Renda, diferentemente dos fundos.

A competitividade da renda fixa está atrelada à taxa de administração, que tem relação direta com o montante aplicado. “A poupança será vantajosa apenas para aplicações de balcão, de até R$ 5 mil em média, pelas quais os bancos cobram taxas de 3% ou mais”, diz Oliveira.

Cronograma

Para o diretor da Anefac, essa não deve ser a última elevação da Selic. “Como estamos em um ambiente de inflação alta, e ela deve continuar pressionada no curto prazo, isso pode levar o Banco Central a continuar subindo o juros”, observa. “Para acompanhar essa alta, o pequeno investidor pode apostar nos fundos DI; outra opção são os fundos atrelados a índices de preço para se proteger da inflação.”

Para Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper, o investidor deve diversificar a carteira. “O mercado espera mais dois aumentos, mas em menor intensidade, e o fim do ciclo de alta é um bom momento para comprar os títulos prefixados, pois você trava a taxa de juros”, observa. “Se o investidor precisa de dinheiro no curto prazo, pode ir para CDBs e fundos DI.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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