O MGMT tem uma história particular na música alternativa dos últimos 10 – 11, para ser mais exato – anos. Em 2007, quando Ben Goldwasser and Andrew VanWyngarden lançaram o disco Oracular Spectacular, certamente não tinham noção da proporção que a banda tomaria, um projeto que eles começaram no dormitório de uma universidade em Connecticut alguns anos antes.
A explosão de hits como Kids e Time to Pretend alçou a banda ao topo da última onda do indie rock dançante dos 2000 – depois disso, foram dois discos experimentais, provavelmente destinados a serem esquecidos pela crítica e pelos fãs. Em 2018, porém, Little Dark Age mostrou que o pendor pop ao mesmo tempo criativo e reconhecível ainda é algo que o duo pode oferecer – e é com esse novo disco que eles chegam ao Brasil, em sua terceira passagem pelo País, no Popload Festival do próximo dia 15 de novembro, no Memorial.
“Não sei se foi um processo consciente, mas no passado inventamos mais”, diz Goldwasser por telefone. “Agora só queríamos focar na música e deixar o processo mais natural, não analisar demais. O foco estava em fazer músicas mais divertidas, acessíveis, concentrar mais na diversão.” Funcionou.
As emoções presentes no álbum muitas vezes remetem a conexões interpessoais – e o processo criativo, com Goldwasser em Los Angeles e VanWyngarden vivendo em Nova York, reunindo-se de vez em quando para trabalhar nas canções que trocavam por e-mail, também cristaliza essa ideia. “Nós estávamos nos reconectando, mas de maneira vagarosa, também esperando para ver o que acontecia na política do nosso país. Isso entrou na música, um sentido de coisas reais. Nossa resposta foi focar mais em conectar pessoas e criar conexões com o público.”
Metade do álbum foi escrito antes da eleição de Donald Trump – de maneira mais ou menos reativa, as músicas mais leves do disco apareceram depois que “o mal tomou conta do mundo”, nas palavras do duo.
Coincidência ou não, eles chegam ao Brasil também num pós-eleição quase imediato.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.