Internacional

Republicanos inovam por voto feminino nas eleições americanas de 2020

A virada que tirou dos republicanos a maioria da Câmara dos Deputados, em 2018, fez o partido rever sua estratégia para as eleições de 2020. Naquele ano, a eleição legislativa foi pautada pela chegada do maior número de mulheres e minorias ao Congresso – a maior parte democrata. A mobilização de mulheres de alta escolaridade, especialmente nos subúrbios, atingiu o eleitorado de Donald Trump. Agora, para recuperar terreno, os republicanos apostam em candidatas.

Os subúrbios americanos são áreas verdes no entorno das grandes cidades, com boa qualidade de vida, onde vive a classe média. Em 2018, os condados que formam o 7.º distrito do Estado de Virgínia, por exemplo, elegeram uma deputada democrata. Até então, só deputados republicanos tinham chegado à Câmara.

A renda per capita e o porcentual de população escolarizada no distrito fica acima da média do país. Antes das eleições de meio de mandato, o número de democratas eleitos em subúrbios ficou abaixo de 200. Em 2018, chegou a 231.

Foi em locais como o 7.º distrito de Virgínia, que levou a democrata Abigail Spanberger à Câmara dos Deputados, que o movimento de mulheres escolarizadas mostrou força contra o partido de Trump. Para 2020, há uma novidade entre os republicanos. Uma mulher busca a indicação do partido.

Tina Ramirez tem origem latina e, no vídeo em que lançou sua candidatura nas redes sociais, anunciou: é mãe e cuida sozinha da filha, que aparece em um balanço nas imagens. O perfil é bastante diferente do conservador Dave Bratt, que era deputado e perdeu a cadeira para a democrata Abigail.

A eleição de 2018 abriu o caminho para a candidatura de mulheres no Partido Republicano e mostrou à legenda de Trump que ele corre risco de perder a eleição presidencial de 2020 se desprezar os subúrbios e o eleitorado feminino. Atualmente, há apenas 13 deputadas republicanas na Câmara e 89 democratas.

Até agora, segundo o Center for American Woman and Politics, pelo menos 25 candidatas republicanas já se apresentaram para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2020. Em 2017, na mesma época, eram 14 as republicanas que haviam se apresentado para a eleição do ano seguinte.

O caso de Tina Ramirez é também o de Stephanie Bice, do 22.º distrito do Estado de Oklahoma, que pretende disputar uma cadeira na Câmara em 2020. O distrito era republicano, mas foi tomado por uma democrata em 2018.

Rachel Bitecofer, cientista política da Christopher Newport University, de Virgínia, previu a vitória de uma democrata no 7.º distrito de Virgínia. Ela identificou com antecedência o voto feminino de mulheres com alta instrução ganhando força, o que favoreceria a democrata Abigail Spanberger.

Segundo Rachel, 2020 repetirá o padrão de 2018, no qual mulheres e minorias foram decisivas nas urnas. “Os republicanos tentam não necessariamente ganhar essas minorias, mas reduzir o porcentual pelo qual perderam em 2018. Mas como farão isso é uma questão difícil”, afirma.

As eleições de 2018 são consideradas uma prévia do que deve acontecer em 2020. “Minhas previsões, que devem sair em julho, terão a mesma conclusão: a de que haverá um comparecimento contra Trump que criará uma composição diferente do eleitorado, na comparação com 2016, e o coração disso serão as mulheres”, afirma Rachel.

Agenda prejudica apoio de mulheres
A plataforma política excessivamente conservadora dos republicanos pode ser um obstáculo para atrair o eleitorado feminino, mesmo com a mudança no perfil de candidatos. Kim Drew Wright encabeça em Virgínia, desde 2016, uma organização crucial para o resultado eleitoral: o grupo de “mulheres liberais de Chesterfield”. O que começou como uma mobilização nas redes sociais virou encontros presenciais.

Hoje, há reuniões duas vezes por semana. A maioria da população é do sexo feminino. A eleição de Donald Trump foi o que motivou Kim a buscar mulheres da região que se interessassem por política e se identificassem com os democratas. Neste ano, as conversas são sobre as eleições locais. “A animação vai continuar alta em 2020”, disse.

Um exemplo de como a plataforma republicana afasta as eleitoras é a restrição ao aborto. Uma onda de leis antiaborto tem sido aprovada nos últimos meses em Estados do sul. “Isso coloca mais gasolina no debate. Eles (republicanos) realmente precisam se aproximar das mulheres. Mas a plataforma do partido não é atraente”, disse Rachel Bitecofer, da Newport University.

Agenda prejudica apoio de mulheres

A plataforma política excessivamente conservadora dos republicanos pode ser um obstáculo para atrair o eleitorado feminino, mesmo com a mudança no perfil de candidatos. Kim Drew Wright encabeça em Virgínia, desde 2016, uma organização crucial para o resultado eleitoral: o grupo de “mulheres liberais de Chesterfield”. O que começou como uma mobilização nas redes sociais virou encontros presenciais.

Hoje, há reuniões duas vezes por semana. A maioria da população é do sexo feminino. A eleição de Donald Trump foi o que motivou Kim a buscar mulheres da região que se interessassem por política e se identificassem com os democratas. Neste ano, as conversas são sobre as eleições locais. “A animação vai continuar alta em 2020”, disse.

Um exemplo de como a plataforma republicana afasta as eleitoras é a restrição ao aborto. Uma onda de leis antiaborto tem sido aprovada nos últimos meses em Estados do sul. “Isso coloca mais gasolina no debate. Eles (republicanos) realmente precisam se aproximar das mulheres. Mas a plataforma do partido não é atraente”, disse Rachel Bitecofer, da Newport University. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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