Quem disse que o mundo está cansado de comédias românticas? O subgênero cinematográfico dominou as telas, sobretudo em filmes dos Estados Unidos, nos anos 1990. Julia Roberts, Sandra Bullock e Meg Ryan fizeram parte da vida de tantos casais com seus filmes agridoces que parecem fazer parte de uma realidade paralela.
Não que o mundo tenha se cansado das comédias românticas, mas o cinema certamente o fez. Talvez por conta do cinismo em tantos filmes baseados em “duras realidades”, o espectador passou a encontrar cada vez menos filmes românticos, até que um serviço de streaming resolveu ressuscitá-lo.
Sim, a Netflix voltou, nos últimos cinco anos, a encher a cabeça de seus assinantes com a visão de amor que parece ter se tornado apenas nostálgica. E filmes como “Você Nem Imagina”, “O Date Perfeito”, “A Barraca do Beijo” e este “Ricos de Amor” alimentam o subgênero que quase caiu em esquecimento pelo cinema.
Apresentando um romance típico juvenil, no qual o rapaz precisa se passar por pobre para provar seu valor, mas que cai em uma armadilha de amor ao conhecer a jovem que busca uma carreira promissora, o filme é uma sucessão sem fim de clichês. Porém, como todo clichê romântico, é divertido, e conta com um elenco afiado para convencer o espectador a embarcar nessa viagem.
O problema é que o espectador de fato embarca, se envolvendo cada vez mais com os personagens dos protagonistas Danilo Mesquita e Giovanna Lancellotti, os quais seguram o filme de maneira sincera, com uma química ótima. Mas, além das nuances românticas de um casal pelo qual o espectador torce desde o começo, há mensagens relevantes aos tempos atuais.
Perseguição no trabalho, assédio moral e sexual, valores relacionados a preconceito e distinção de classes e até mesmo o papel da mulher diante de uma sociedade machista. Está tudo ali, pincelado mais forte ou não, mas presente neste “Ricos de Amor”.
Por isso, por mais clichê que o filme possa ser, algo típico do subgênero para o qual ele aponta de forma tão carinhosa, a comédia romântica, é bom ver que o cinema nacional ganhou um bom exemplar, que caminha junto às produções hollywoodianas dos anos 1990, mas que, junto a Roberts, Bullock e Ryan, ganham a Lancellotti de forma tão genuína quanto divertida. Merece ser assistido.
Opinião Gweb
Nota do filme (de 0 a 5): 3
Recomendado? Sim. É o tipo de comédia romântica boba que agrada justamente por ter todos os clichês reunidos, algo cada vez mais nostálgico.
Onde assistir: Netflix
Serviço
Ricos de Amor
Ano: 2020
País: Brasil
Duração: 104 min.
Direção: Bruno Garotti
Classificação: 12 anos