Cinema

RESENHA GWEB – “Morte às Seis da Tarde” é violento, mas raso demais

Nova trama da Netflix pode até agradar o espectador que gosta de cenas violentas e realistas, mas não é tão profundo como "Seven", por exemplo

Há um quê de fascinação em tramas policiais. Como espectador, parece que somos sugados por casos não resolvidos proporcionalmente à medida em que eles são mais cabeludos. Não é à toa que o cinema produziu obras tão icônicas, como “Tropa de Elite”, “Os Infiltrados” e “Seven – Os Sete Crimes Capitais”. Aliás, neste “Morte às Seis da Tarde”, o diretor parece ter copiado metade do roteiro de “Seven”.

Uma policial começa a investigar misterioso assassinato, cujo corpo desfigurado da vítima vinha com a palavra “Degenerado” carimbada em brasa. A partir do segundo caso, porém, a protagonista começa a perceber que é um crime sequencial, provindo de um completamente enlouquecido serial killer.

Os crimes capitais parecem ter saído do mesmo filme de Brad Pitt, mas aqui estão em uma trama que começa tão rápida que você pode achar ter começado no meio do filme. E a velocidade não para, transformando seus 93 minutos em uma sucessão de cenas de extrema violência visual. Ou seja, você não vê a desgraça acontecendo de forma tão brutal, mas os corpos estão ali, sem pudor algum neste filme.

Por isso, além de ser indicado para a maioridade, é realmente recomendável que você tenha o estômago forte. Além disso, a trama conta com uma protagonista tão apática que a gente reflete se não é ela mesma a assassina psicopata, fria e sem expressão alguma, algo que atrapalha o espectador de comprar suas dores.

Como se isso não bastasse, a partir da segunda metade o filme desemboca em resoluções tão óbvias que fica difícil acreditar que algo aparentemente tão complicado como um serial killer desse nível fosse revelado de forma tão barata. Ainda que a trama principal tenha seus pontos de interesse, infelizmente a experiência de assistir a este “Morte às Seis da Tarde” não resulta em nada de excepcional.

Se você gosta de tramas policiais e de violência bastante realista, este é o seu tipo de filme. Mas se prefere algo mais elaborado, cuidadoso e com roteiro e direção que te farão refletir sobre a história por dias a fio, volte para 1995, ano em que “Seven – Os Sete Crimes Capitais” foi lançado. Há quem não se esqueceu daquela história até hoje, diferente desta esquecível incursão polonesa da Netflix.

 

Opinião Gweb

Nota do filme (de 0 a 5): 2

Recomendado? Sim. Mas apenas pela curiosidade de assistir a um drama policial de extrema violência cuja cultura polonesa é colocada na tela.

Onde assistir: Netflix

 

Serviço

Morte às Seis da Tarde

Ano: 2018

País: Polônia

Duração: 93 min.

Direção: Patryk Vega

Classificação: 18 anos

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