Depois de participarem da sessão mais longa do ano, que teve a duração de 16 horas e terminou somente no início da madrugada desta terça-feira, os vereadores voltaram ao plenário, às 14h, para mais uma sessão ordinária. Quem apostou que os ânimos estariam mais calmos se enganou. O debate foi tenso, colocando mais uma vez em lados opostos Geraldo Celestino (PSDB), o vice-líder do Governo, e o líder da Oposição, Edmilson Souza (PT).
A discórdia de sempre
Como já se tornou praxe, o petista acredita que ninguém na cidade tem memória, ignorando as mazelas que seu partido proporcionou ao longo de 16 anos no poder, destruindo Guarulhos. Motivados pelo debate sobre a falta de pagamentos de impostos por parte da Gru Airport, que ganhou a concessão do Aeroporto Internacional em 2012, mas permaneceu sem arrecadar para o município, devido a inoperância do ex-prefeito petista Sebastião Almeida (agora PDT), Souza e Celestino protagonizaram o principal debate da tarde.
Bem lembrado
Celestino lembrou que o prefeito do PT deixou de arrecadar quase R$ 300 milhões nos últimos quatro anos, já que abriu mão de uma medida mitigadora relativa ao impacto das obras de construção do terceiro terminal. O atual prefeito Guti (PSB), logo no início de sua gestão, baixou um decreto acabando com qualquer isenção de impostos à GRU Airport. Edmilson, tentando desviar o foco ignorando a responsabilidade do governo que fez parte, quis dizer que as obras do Rodoanel Norte também não tiveram medidas mitigadoras, o que não é verdade.
Acabou o gás
Porém, entre os discursos provocativos, que tiveram a participação de outros vereadores, era visível o cansaço que se abatia sobre eles. Alguns bocejavam, outras tinham dificuldade (ainda maior que o normal) de concluir uma frase ou pensamento. O que não mudou foi o festival de asneiras verbalizados pelos mesmos de sempre. Pouco mais de uma hora depois de iniciados os trabalhos, a sessão acabou encerrada por falta de quórum, já que houve um esvaziamento providencial da Casa.
Dinheiro na conta
O prefeito Guti esteve na Secretaria da Fazenda no início da tarde desta terça-feira, onde gravou uma live para informar aos servidores da Educação que a Prefeitura já havia realizado os depósitos de cerca de R$ 30 milhões para o pagamento dos valores que deixaram de ser quitados pelo “caloteiro” prefeito anterior. São valores que chegam a cerca de 7 mil servidores e que foram deixados para trás desde 2015.
Cartas marcadas?
A posse dos novos conselheiros do Ipref, ocorrida na segunda-feira, foi ofuscada pelas sessões extraordinárias realizadas na Câmara Municipal naquele dia. No entanto, chamou a atenção o fato de que todos os candidatos que não se elegeram na disputa realizada em 11 de setembro acabaram sendo indicados como representantes do Governo. Até poderia soar como uma composição para deixar no grupos os servidores que demonstraram interesse no Instituto de Previdência, já que se dispuseram a participar do pleito, não fosse um detalhe. Até nomes que foram defendidos pelo Stap, que tem uma postura mais do que dúbia e se posiciona (quando lhe é conveniente) contra a administração municipal, ganharam assento. Para quem foi eleito, ficou uma sensação de que o jogo poderia ter cartas marcadas.