Os danos causados por uma bomba da 2.ª Guerra e a poluição fizeram disparar os custos de reparo do Big Ben, em Londres, que está em obras há dois anos. Agora, o valor que será gasto na restauração da Torre Elizabeth, que abriga o famoso relógio e seu sino, vai beirar os £ 80 milhões (R$ 453 milhões), com um acréscimo de 19 milhões de libras liberados nesta quinta-feira, 13, pelo Parlamento britânico.
Antes, em 2017, o Legislativo já havia aprovado um aumento de £ 32 milhões no orçamento da obra. "É muito frustrante saber que o projeto Elizabeth Tower exige ainda mais financiamento, sendo que já haviam sido liberados mais £ 32 milhões em 2017", disse Ian Ailles, diretor-geral da Câmara dos Comuns, por meio de um comunicado. A restauração, disse ele, acabou se revelando "mais complexa que o previsto". Segundo o diretor, "entender a extensão total do dano na torre foi impossível até se montar os andaimes".
A reabertura ao público da torre de 96 metros continua prevista para 2021. As obras deverão reparar a esfera e o mecanismo do relógio, as fissuras da torre e a corrosão do telhado, além do marco em torno da esfera, à qual será devolvida a cor original do século 19.
De acordo com especialistas que cuidam da restauração, os quatro mostradores do relógio na parte externa da torre contêm um total de 1.296 vidros individuais e cada um precisa ser substituído. Ainda foi necessária a troca de 700 pedras do acabamento da torre – 300 a mais do que a estimativa inicial – e cada uma tem de ser meticulosamente encaixada.
Embora a torre tenha sobrevivido aos bombardeios nazistas, seu teto e ponteiros foram danificados por uma operação aérea de maio de 1941, que destruiu o principal salão da Câmara dos Comuns. De acordo com laudo de especialistas, o edifício neogótico do arquiteto Augustus Pugin, concluído em 1856, apresenta os estragos da passagem do tempo e está com 46 cm de inclinação.
"Solicitamos informações mais detalhadas sobre as lições aprendidas com essa experiência (de reforma) – bem como garantias de que estimativas mais robustas serão preparadas para trabalhos dessa natureza no futuro", disse Ailles no comunicado, conforme o site da BBC.
Os mais fervorosos defensores do Brexit queriam que o relógio badalasse por ocasião da saída do Reino Unido da União Europeia, em 31 de janeiro, mas o sino acabou não tocando.
Na ocasião, foi projetada uma imagem do icônico relógio na fachada de Downing Street, residência do premiê, Boris Johnson, e foi reproduzida uma gravação dos badalos do sino. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>