Restrições para conter pandemia geram crise política na Argentina

Com uma alta no número de casos e mortes por conta da covid-19, as novas restrições impostas na Argentina para buscar conter as infecções geraram intensas divergências entre as lideranças do país. Na residência oficial em Olivos, protestos contra as medidas anunciadas na quarta-feira, 14, pelo presidente, Alberto Fernández, foram registrados, e figuras da oposição, como o ex-presidente Maurício Macri criticaram as decisões.

Um dos principais pontos de discussão é o fechamento de escolas, anunciado ontem para a Área Metropolitana de Buenos Aires por Fernández. Em seu Twitter, Macri escreveu que a "improvisação e inépcia, também no manejo da pandemia, geraram angústia e raiva nos argentinos". "Não há dúvida de que as escolas devem permanecer abertas", acrescentou. Ele também pediu para que "a cidade atue fazendo cumprir sua Constituição e sua autonomia".

Na mesma rede social, o prefeito da cidade de Buenos Aires, Horácio Larreta, e aliado de Macri, afirmou que sua "responsabilidade é fazer tudo ao nosso alcance para garantir as aulas presenciais", e cogitou levar o tema à Suprema Corte. Uma reunião entre Larreta e Fernández sobre o tema foi proposta pela líder portenho.

Por sua vez, o governador da Província de Buenos Aires, Axel Kicillof, peronista e aliado ao presidente, confirmou as medidas para a região, que não tem jurisdição sobre a capital. Em coletiva de imprensa, Kicillof afirmou que "desde o começo da pandemia estamos tentando coordenação" com Larreta, e acusou o prefeito de Buenos Aires de tentar usar o momento de forma política.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde da Argentina publicados hoje, o país teve no último dia 383 mortos, em um total de 58.925, e 24.999 casos de covid-19.

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