Eleito presidente do Santos no último sábado para o triênio de 2018 a 2020, José Carlos Peres prometeu durante a campanha que o Santos fará 50% das suas partidas como mandante em São Paulo. E o resultado do pleito, em que teve apoio maciço do eleitor paulistano, o pressiona a cumprir a promessa – ou “compromisso”, como ele definiu.
Peres venceu a eleição do último sábado com 32,61% dos votos – 1.851 dos 5.656 participantes – e construiu margem de liderança em São Paulo que foi fundamental para o seu triunfo. Afinal, na capital recebeu 49,34% dos votos – 715 de 1.449 -,tendo sido o vencedor em quatro das cinco urnas.
Em Santos, por sua vez, Peres só ganhou em uma das dez urnas. E teve menos votos do que os seus dois principais adversários na eleição. Enquanto o futuro presidente santista recebeu 1.136 apoios, Modesto Roma Júnior teve 1.480 votos e Andres Rueda ganhou 1.342 votos nas urnas na Vila Belmiro.
Nas suas primeiras declarações, Peres tomou o cuidado de ressaltar que não deseja ver uma divisão da torcida entre as cidades de Santos e São Paulo. Mas destacou que a disputa de compromissos na capital, preferencialmente no Pacaembu, é fundamental para geração de maiores receitas para o clube.
“Não vai existir o santista de Santos e o de São Paulo, mas sim do Brasil e do mundo. Precisamos de receitas. O torcedor de Santos precisa entender que, jogando em São Paulo, o clube traz uma renda de R$ 2 milhões para a sua própria cidade”, afirmou.
O resultado eleitoral deve, portanto, reforçar a relação do Santos com o seu torcedor de São Paulo. O clube, porém, não depende apenas do desejo de Peres para realizar partidas na capital, mas também do calendário de compromissos dos rivais Corinthians, Palmeiras e São Paulo, pois as forças de segurança evitam liberar a realização de dois jogos dos clubes grandes do Estado na cidade no mesmo dia.
Na última edição do Campeonato Brasileiro, dos 19 jogos como mandante do Santos, em cinco houve partidas na capital no mesmo dia, o que de antemão impediu o clube de atuar em São Paulo. Nas outras 14 oportunidades, o Santos aproveitou a cidade sem jogos seis vezes para atuar no Pacaembu, número que deverá crescer em 2018, com a gestão de Peres.
O presidente eleito, aliás, promete acompanhar de perto o processo de concessão à iniciativa privada do Pacaembu pela Prefeitura de São Paulo para que o clube consiga um acordo interessante para realizar jogos no estádio. “Vamos conversar com as empresas que estão na licitação para que seja feito um aditivo para o Santos jogar no Pacaembu”, disse Peres em entrevista à ESPN Brasil.
O dirigente tratou também de valorizar a Vila Belmiro, além de rejeitar a possibilidade de o clube construir um novo estádio. Mas indicou o desejo de realizar algumas mudanças na casa do clube. “Penso na Vila como um estádio de menor capacidade, lembrando que nossa média de público é de 8 mil torcedores. Quero arrumar a Vila, tirar os camarotes a nível do campo, colocar a torcida lá. Dá para melhorar sem gastar muito”, concluiu Peres.