Indicadores ruins sobre a economia brasileira se uniram a melhores do que o esperado nos EUA e impulsionaram o dólar, que voltou a fechar acima de R$ 3,00 nesta quinta-feira, 30. Além disso, os investidores ainda repercutem a decisão de ontem do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e aguardam novidades sobre a rolagem dos swaps cambiais pelo Banco Central.
O dólar à vista no balcão terminou a sessão cotado a R$ 3,0100, com alta de 1,90%. Por volta das 16h30, o giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa era de US$ 688,82 milhões. Já o dólar para junho avançava 1,52%, a R$ 3,0370. O volume de negociação somava US$ 22,33 bilhões, impulsionado pela briga em torno de definição da Ptax deste mês. A taxa terminou o dia com alta de 1,91%, a R$ 2,9936.
O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 239 milhões em março, o pior para o mês da série histórica, iniciada em 2002. No acumulado do primeiro trimestre, o superávit é de R$ 19,003 bilhões, o pior para o período desde 2009.
Enquanto isso, nos EUA o sinal também é mais hawkish. Ontem, o Fed disse que a fragilidade da economia no primeiro trimestre é temporária e não deu nenhum indício de que poderia adiar o início do aperto. Hoje, os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA caíram para 262 mil, o menor nível em 15 anos.
Os participantes também aguardam a decisão do BC sobre a rolagem dos 193.110 contratos de swaps que vencem em junho. Se quiser rolar tudo, a autoridade terá de vender cerca de 10.100 contratos por dia, considerando que maio terá 20 dias úteis, mas tradicionalmente não é realizado leilão no último pregão do mês, justamente por conta da disputa pela formação da Ptax. Quando encerrou a ração diária, o BC disse que rolaria integralmente os contratos vincendos a partir de 1º de maio, mas levando em consideração a demanda e as condições de mercado.